quinta-feira, 17 de julho de 2014
Quem és tu...
Quem és tu…
Andrajoso da vida,
Filho bastardo da desgraça,
Que vagueias entre caixas do lixo
Buscando restos da fartura desperdiçada,
E vives das esmolas dos teus pares
Antes, teus companheiros sociais?
Quem és tu…
Que há tão pouco tempo te rias, altivo,
Caminhavas com a elegância dos felizes,
Envergavas tecidos de belos matizes
de costureiros da moda, preço proibitivo?
Quem és tu…
Que te levavas pelas estradas da diversão
Nas férias de sonho.
Em automóvel de luxo, com emoção,
Navegavas no teu iate da prosperidade
Ou em cruzeiros, pelo mediterrâneo?
Quem és tu…
Que moravas em bela moradia,
Tinhas os filhos em colégios privados,
Empregadas, jardins, piscina e mordomia
E vestias camisas de seda, com brocados?
Quem és tu…
Vitima da fatalidade da vida,
Provocada pelos incapazes mentais
Ou talvez, de financeiros de ganância incontida?
Perdeste tudo
Até a dignidade vais perdendo,
Porque esta não é solidária com a fome!
Quem és tu…
Pobre ser humano que tanto tinhas
E agora nada tens,
Pensa bem nesse teu infortúnio,
Pois é uma lição de humildade
a ter na escola da vida.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 15 de julho de 2014
Tardam as palavras
Fazem-se tardias as palavras
ausentes,
caladas nas gargantas da
revolta
que teimam em se escusarem
no grito da liberdade do
sentir!
As prepotências controlam
as fraquezas humanas,
dominam as vontades
entristecidas
pelo tempo que as subjuga!
Caminha-se por estradas
poeirentas,
esburacadas pelos ventos da
tirania,
Folhas secas de esperança
finita
colam-se nos rostos suados,
As estrelas perderam a luz
na escuridão da lua
escondida pela arrogancia do
poder!
Respira-se ar saturado pela
indiferença
no pantanal insalubre das
injustiças,
que intoxicam vilmente a
dignidade
e ignoram a pureza da humildade!
Sobrevive-se nos dias
moribundos,
porque as alvoradas
escurecidas pela apatia
tingem de cinzento
as tardes perdidas nas
nuvens da incerteza!
Correm as horas, esvaem-se
os anos
e as palavras continuam a
escusarem-se
nas gargantas caladas
pelo medo que penetra
o peito atrofiado e dorido!
As palavras calam-se
assustadas
na coragem esmorecida da
cobardia
de se enfrentar a gentalha.
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Rio de desassossego
Sou como um rio de
desassossego
e corro veloz e intrépido
pelo leito da minha
ansiedade!
Deslizo por entre os
canaviais
dos meus sonhos,
com a energia da maré alta
que me navegue a porto de
abrigo!
Afasto-me das margens
agrestes das mágoas,
abraçado à corrente que me
conduz a montante,
sorrio-me nas braçadas que
me emergem
das agruras que me sufocam!
Tenazmente vencerei a
ondulação
que me afronta na ventania
fria, indiferente
ao meu agitado sentir de
alma,
e chegarei à praia da minha
serenidade!
Com a maré alta,
sou exaltado por sentimentos
de esperança,
e navego...
navego sem rumo
no balanceio das agitadas
águas dos tempos,
até que a minha essência se
acalme
e se refugie
no remanso de mim.
José Carlos Moutinho
domingo, 13 de julho de 2014
Quando eu for Etéreo
Quando eu partir…(Deste
mundo de desvarios)
Sim, quando eu partir
e me tornar Étereo,
e tu chorares por não
navegares mais
no mar de felicidade, que eu
fui,
disseres que fui luz, na tua
penunbra
e o luar da tua serenidade…
Quando o teu pranto de
saudade,
alvorecer em cada dia de tua
existência,
porque eu fui o amor da tua
vida,
e sentires falta do meu
abraço,
…Quando eu partir…
Quando a minha ausência
for dor, na tua solidão,
e os teus olhos
não mais, mergulharem nos
meus,
…Quando eu partir…
Quando eu, nesta vida,
seja só uma lembrança,
e tu pensares que jamais
serás feliz,
perdeste o sorriso e o
encanto pelas flores,
e não suportas o trinado das
aves,
…Quando eu partir…
Peço-te, quando me libertar,
(Deste mundo de desvarios)
que esqueças que não sou
mais matéria,
serei alegria e felicidade,
lá no Infinito, num outro
mundo, metafísico,
que chamarei de Eternidade!
Somente desejo, enquanto
fisico,
me digas do fundo da tua
essência:
Que eu sou o homem da tua
vida,
e quando eu partir…
desejarás partir comigo!
Porque quando eu partir…
de de nada vale
tudo o que de mim disseres,
depois.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Meu amor, escuta…
Meu amor…
Deixa-me navegar
no lago cintilante dos teus
olhos
e perfumar-me de maresia
do teu respirar…
Deixa-me na acalmia do
silêncio
das tuas palavras emudecidas,
porque quero escutá-las
docemente
dos teus braços
em ternos e calorosos
abraços!
Deixa-me… meu amor,
Ouvir a melodia
que se solta suavemente
do bater cadenciado do teu
coração
regido pela batuta do teu
sentir!
Não digas nada, amor…
Escutemos juntos,
silenciosamente,
os sons imperceptiveis
dos nossos pensamentos,
Enleados neste abraço
que nos enleva…
Aperta-me mais e mais
contra o teu peito,
para que este melodioso
silêncio
invada serenamente
as nossas almas.
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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