terça-feira, 24 de abril de 2018

Abril-Caminhada de 44 anos



Eles gritavam viva a liberdade
numa certa noite daquele Abril,
parecia um sonho, mas era real
as ruas enchiam-se de gente febril

Morria naquela noite, a ditadura,
os tanques militares eram imensos,
as tropas do coração, faziam armadura
e da alma soltavam sorrisos intensos

Abaixo a tirania, morte ao fascismo,
gritos da turba ecoavam pelas ruas,
esquecendo os anos de ostracismo
de 40 anos de almas tristes e nuas

A alegria foi de tão pouca dura, afinal,
outro fascismo entrava audaz pela porta,
a esquerda tencionava a bem ou a mal
tornar Abril em coisa nascida morta

O povo estava saturado de ditadores
não queria voltar ao passado novamente,
então, em Novembro, mudaram as cores
e a liberdade permaneceu livremente

44 anos são passados desde então,
muito mudou, positiva e negativamente,
vieram até momentos de faltar o pão,
povo temia, a ditadura já está presente

Assim temos caminhado por esta liberdade
que em Abril tantos gritaram entusiasmados,
até se pensava ser mentira, mas é verdade
continuamos pobres, somos uns desgraçados

Claro que os desgraçados são sempre o povo,
aconteceu até, tantos políticos enriquecerem,
só esperamos não voltar à ditadura de novo
se deixarem o SNS e os salários emagrecerem

Não pensem em proveito próprio, mas sim no país
políticos, governantes, banqueiros e outros que tais,
sejam patriotas, humanos, baixem vosso altivo nariz,
os partidos políticos parecem claques, em lutas rivais

No mesmo trabalho, homem e mulher, salário igual,
que na Justiça e nos direitos não haja desigualdade,
honrado seja sempre o nome histórico de Portugal
grato aos militares, que em Abril fizeram Liberdade

Viva o Abril de 1974, que a chama jamais se apague
para que a abnegação de tantos, não seja deturpada,
que o jardim de cravos da liberdade não se estrague
continuando a florir Portugal, a nossa Pátria amada

José Carlos Moutinho
Abril/2018

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Só te pedia um sorriso

...
Só te pedia um sorriso
tu, displicente viraste o rosto
nada disso seria preciso
eu não sou vinho nem tu mosto

Só te pedia uma palavra, só uma
para que eu te pudesse responder,
calaste, não disseste nenhuma,
assim, ficaste tu a perder
porque de mim voaste como pluma
perdi o desejo de te voltar a ver

José Carlos Moutinho

domingo, 22 de abril de 2018

Sou tudo e sou nada

...
Sou sopro de brisa
que dura, se alguma tempestade não a eliminar,
Sou luz
enquanto o Sol estiver comigo,
Serei alvorada
se a noite me acordar pela manhã,
Sou tempo
enquanto o tempo me permitir,
Sou tudo e sou nada,
passageiro em viagem temporal

José Carlos Moutinho

sábado, 21 de abril de 2018

O meu Sol


...
Já tive um tempo de incredulidade
quando o Sol brincava comigo
fazendo-me sombra...
eu fugia, mas nunca conseguia enganá-lo
ele sempre me perseguia
como continua a fazer até hoje!

A minha vida, porém, tem sido sempre iluminada,
eu só consigo fazer sombra de mim
exactamente porque o Sol me acompanha
pelos caminhos da minha vida.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Universidade da vida


Frequentei e frequento a universidade da vida,
tendo conseguido adquirir muito conhecimento,
ainda não obtive, porém, a licenciatura prometida,
mas espero poder tirar mestrado com juramento

Estudei muito e continuo a aprender, nada sei,
acredito que, mesmo depois de eu ser doutor
continuarei a saber pouco, apesar do tanto que dei,
orgulho-me, porém, do que consegui com primor

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a