Ela sente no ar palavras vadias
que tentam acutilá-la...
embora a serenidade
a fortaleça,
há, por vezes, sopros inquietantes
que a desestabilizam emocionalmente,
fazendo-a perder a habitual quietude,
transformando-a em vendaval
quando a normalidade é a bonança,
então, tal rio selvagem
salta do leito de acalmia,
transborda as margens floridas
em caudal de mar bravio,
enfrenta ondas de provocação
até que o mar se faça maré de razão,
depois, na continuidade
da sua serenidade,
mantém o rumo de navegação
ignorando os ventos e sombras
das discórdias
sorrindo à vida,
esquecendo tempestades.
José Carlos Moutinho
12/2/19
Decreto-Lei, nº 63/85
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