sábado, 2 de março de 2019

Se porventura...



Se puderes...
diz-me algumas palavras
que gostasses de me ter dito
e nunca me disseste,

se achares que vale a pena...
oferece-me aquele sorriso
que antes, carinhosamente, me oferecias,

se tiveres tempo...
envolve-me nos teus braços
num abraço que,
outrora e, apaixonadamente, me davas,

e se por acaso...
ainda sentires alguma emoção
quando eu te murmuro palavras sentidas,
liberta o teu coração
deixa-o gritar o seu sentir
para que eu, resignado, acredite
na mutação ou não
dos teus sentimentos,

mas se porventura...
emudeceres com as palavras
congeladas na tua garganta
pela frieza que em ti se instalou…

talvez…
talvez, num repente emocional
eu te consiga abraçar
e descongelar o gelo
que te tornou noutra pessoa

José Carlos Moutinho
1/3/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

sexta-feira, 1 de março de 2019

Se porventura... (Áudio)


Rua molhada


Escrevi nas pedras da calçada
palavras que o vento me recordou,
lembro-me que a rua estava molhada
em vez de palavras, uma marca ficou,
fiquei triste pela lembrança apagada
porque a chuva parte de mim levou,
fiquei pensativo a olhar de alma calada
o que de mim naquele momento restou,
de repente escutei o som de uma balada
tocada pelo alvorecer que me despertou

José Carlos Moutinho
28/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

4 poemas (Áudio)


Não vás por aí

...
Amiga, não vás por aí, eu te peço,
talvez certo seja este o caminho,
esse por onde queres ir, foi tropeço
que deixou meu coração em desalinho

José Carlos Moutinho
28/2/19

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Dizias...

Dizias estar farta da vida
que tudo te corria mal
parecias uma causa perdida
tinhas francamente baixo astral
quando eu com emoção sentida
abracei-te de modo formal
e levei-te a passear pela avenida

José Carlos Moutinho
27/2/19

Palavras vadias



Ela sente no ar palavras vadias
que tentam acutilá-la...
embora a serenidade
a fortaleça,
há, por vezes, sopros inquietantes
que a desestabilizam emocionalmente,
fazendo-a perder a habitual quietude,
transformando-a em vendaval
quando a normalidade é a bonança,

então, tal rio selvagem
salta do leito de acalmia,
transborda as margens floridas
em caudal de mar bravio,
enfrenta ondas de provocação
até que o mar se faça maré de razão,

depois, na continuidade
da sua serenidade,
mantém o rumo de navegação
ignorando os ventos e sombras
das discórdias
sorrindo à vida,
esquecendo tempestades.

José Carlos Moutinho
12/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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