quarta-feira, 6 de abril de 2011

No teu abraço o equilíbrio




Nas madrugadas vazias de ti,
Invade-me a nostalgia,
Pego na mão do vento
E voo em busca do teu sorriso,
Só ele me trará a alegria
E o sentido de viver.
É no teu beijo que encontro,
O alimento para a minha alma
E a liberdade para o meu coração.
No teu abraço o equilíbrio,
Para enfrentar os desafios temporais.
Nas ondas do teu corpo, navego
E me deito, nos instantes de solidão,
É o meu porto seguro,
Nos lapsos do tempo que se esvai.
O esvoaçar dos teus cabelos longos,
São como velas enfunadas,
Que nos levam nesta nau,
Ao ancoradouro firme,
E sublime da felicidade.

José Carlos Moutinho

Grande confusão




Hoje estava um dia de encantar,
Dia de perfeita primavera,
Talvez mais de verão,
Será que o tempo está a mudar
Ou nós é que mudamos
E não percebemos a grande confusão?
Estamos desatinados, sem saber,
Quando é uma ou outra estação.
Tudo muito embaralhado,
Primavera com muito calor,
Sem flores desabrochando,
Ou desabrocham escondidas?
As árvores só têm ramadas nuas,
As folhas virão no verão,
Ou estarão à espera do Inverno?
Assim não nos entendemos,
Eu quero que seja como antigamente,
Tudo no lugar certo.
Primavera, Verão, Outono e Inverno.
As 4 estações nos momentos certinhos
E nada de nos deixarem maluquinhos!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sai do crepúsculo



Sorrio no pensamento
Que me leva a ti.
Quero sentir o hoje do teu querer
E ser eu o prazer do teu amanhã.
A luz que te protege,
E me ofusca na minha busca
Do teu corpo,
Não me impede de te sentir.
Escondes-te por trás do invisível,
De flores ignoradas
E de cores desconhecidas,
Inebriadas pelo perfume que delas emana.
Sei que estás por perto,
Percebo o teu vibrar,
Pelo latejar do teu coração,
Sedento de paixão
E desejo de entrega,
Que tens dificuldade em conter.
Não te escondas mais,
Permite que o sol,
Se espelhe nos teus belos olhos,
Sai do crepúsculo.
Deixa que o teu corpo,
Esmoreça nos meus braços,
Porque o teu coração
Está rendido ao meu
E a tua alma, concilia com a minha.

José Carlos Moutinho

domingo, 3 de abril de 2011

Sons sem silêncio




Sons do silêncio
Ecoam na minha alma,
Embalam-me numa suave levitação,
Fazem-me sobrevoar espaços inventados,
Caminhos de sonhos que eu abraço.
Espelho-me nas águas,
Do rio viajado na minha memória.
Revejo as noites de luar,
De encantamento romântico.
As areias daquelas praias, vividas
Em momentos de paixão.
Dores esquecidas,
Amores conquistados,
Saudades nostálgicas,
Delicadas no sentir.
É com os sons do silêncio,
Que me esqueço do que me rodeia,
E simplesmente me deixo levar,
Pelo inimaginável
E perco-me totalmente,
Quando os sons deixam de ter silêncio.

José Carlos Moutinho



Vieste nas estrelas cadentes




Eram horas tímidas, ocultas
Pelo breu da noite
E vieste no turbilhão das estrelas cadentes,
Que te iluminavam os pensamentos,
Envolta numa auréola de luz e cor,
Tornando-te irreal
E eu vi o que te ia na alma,
Senti a emoção dos teus sentimentos,
E o palpitar do teu coração,
Na ânsia de me beijares,
De me teres nos teus braços.
Envolvia-te um tecido de seda,
Que ondulava nas curvas do teu corpo
Que eu acariciava, numa volúpia,
De sedação e fascínio.
São momentos mágicos,
Indescritíveis dos prazeres
Que se nos oferecem,
Físicos sim, pela beleza exterior,
Mentais pelo encanto do que não se vê,
Mas sentem-se…
E estes são os mais profundos, intrínsecos
Na entrega de dois seres ao amor.

José Carlos Moutinho


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Partiste e não voltaste




Hoje estava um dia triste, cinzento
Chovia…
Coloquei uma mão fora da janela
E deixei que a chuva a molhasse,
Rápida e abundante inicialmente,
Escassa e suave, depois.
Eu olhava as gotas de água,
Que desmaiavam na palma da minha mão,
Escorriam por entre os meus dedos
Como as lágrimas,
Que deslizavam pelo teu rosto,
De tristeza, porque partias;
Insegura no teu amor por mim
Querias partir e ficar,
Num dilema desatinado.
Agitada, tal folha sacudida pela brisa,
Frágil como caule de delicada tulipa,
Foste quimera que se evaporou
Numa nuvem cinzenta,
Açoitada pelo vento.
Choraste e partiste
E não voltaste.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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