segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Voar até ao Infinito
Cambaleio nas areias do deserto de mim,
Em inconsequente estado de loucura,
Nestes dias tristes de cinza,
Sob nuvens tatuadas de tempestades,
Que se esbatem,
Na calmaria do oásis de bonanças,
Nas ilusões de verdes esperanças,
No querer do meu sentir,
Que me navega no âmago
E na emoção do meu ser,
Pensa-me em doce sonho,
De que este sol escaldante,
Derreta a frieza das noites sofridas,
Pelo abraço azulado dos luares,
De estrelas cintilantes e guias
Dos caminhos de inflorescentes plátanos,
Onde repousam aves,
De encantadas cores e de chilreios
De incontida alegria,
No despertar da aurora de cada dia,
Fazendo deste espaço cósmico,
Um mundo diferente,
Nos arco-íris do deslumbramento
Tal Zeus, no dorso da águia-real,
Aconchegado nas suas asas,
Sobrevoo vales e montanhas,
Invento mares insondáveis,
Deixo-me voar...
Voar até ao Infinito.
José Carlos Moutinho
domingo, 1 de janeiro de 2012
Devaneando
Sento-me em nenúfares de belas cores,
Mariposas esvoaçam à minha volta,
Sinto nelas a tua presença,
Que me envolve no afago dos teus braços!
As asas que batem em sintonia melódica,
És tu no teu sussurrar de palavras doces,
Nos meus ouvidos em deleite!
As águas verde-azuladas que me sustentam,
É o teu corpo onde eu flutuo,
Que no agitar silencioso, pela brisa suave,
Faz-me deslizar pela ondulação em ti,
Fazendo-te o meu porto de abrigo,
Na imaginação que voa sobranceira,
Às nossas mentes em êxtase!
O nosso abraço é a união de elos
Indestrutíveis, nesta corrente de paixão,
Que nos amarra a um sentir,
De prazer desmedido e nos arrasta
Para uma execução coreográfica
Côncava/convexa,
De movimentos ritmados,
Num arfar de respiração sufocada,
Na líbido que nos transpira
E nos poros que se incendeiam,
No auge do clímax.
José Carlos Moutinho
1/1/12
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Vai 2011, que venha 2012
Corre, 2011, porque já vais tarde,
Dizem muitos, para quem foste impiedoso,
Para mim, amigo, passaste, sem alarde
E fizeste-me mais esperançoso.
Fico com saudade, não quero que vás,
Mas é esta a lei do tempo,
Por mim, ficarias comigo e em paz,
Em tua vida, só me deste alento.
O que para uns é negativo e triste.
Para outros é alegria e satisfação.
É assim este ciclo do tempo que persiste.
Que nos anima a alma e sorri ao coração.
Amigo 2011, de ti fico com saudades.
Fizeste de mim poeta e escritor.
Bem sei que não devo ficar com vaidades.
Pois nem eu me considero merecedor.
Como não foste muito bom para tantos.
Pois perderam empregos, carro e lar.
Sou solidário com os que estão em prantos.
Que o 2012 venha forte, para nos ajudar.
José Carlos Moutinho
30/12/11
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Paixão apagada
Sinto frio na minha alma,
O calor do sol esmorece em
mim,
O meu corpo adormece-se no
seu sentir!
As tuas mãos que me
acariciam estão frias,
Gelo de ausência em ti,
O teu corpo fundido no meu
Congelou as nossas emoções;
O vibrar antes estremecido
em nós,
Desfaleceu os nossos
sentimentos,
O teu perfume perdeu a
fragrância
Que me extasiava,
Os teus beijos, antes fogo,
são mortiços,
Deixaste a chama se
extinguir;
Aquele brilho dos teus olhos,
Que me deslumbrava
E encadeava os meus sentidos,
Apagou-se na escuridão do
teu querer;
Os teus cabelos negros
selvagens,
Envolviam-me na ânsia de te
abraçar,
Perturbam-me agora no seu
agitar;
Porque não estás em mim,
Nem eu estou em ti,
Estamos ausentes, em nós...
Distantes na paixão apagada.
José Carlos Moutinho
Contrastes
Chão duro, frio e vermelho
Como sangue, mesclado de
suores cansados,
Do dia-a-dia de agruras
vividas;
De sois escurecidos por
nuvens negras
De mínguas!
E a cada passo, esbarram na
baça
Realidade trôpega em que
vivem;
Foge-lhes o chão dos seus
pés descalços,
Na tremura da fome que os
sufoca;
Deambulam perdidos, em desorientação
mental;
Os olhos desorbitados,
Pelo contraste com as faces
esquálidas;
São figuras fantasmagóricas,
Perderam a sua humanidade!
Têm como companheiros,
insetos
Que os acossam e lhes
infligem maior sofrimento;
São almas penadas, neste
mundo desvairado
De simbiótico contraste,
Entre a abundância e a
carência,
Entre o rosto que sorri
E o sorriso sem rosto.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Humanidade desconhecida
Caem lágrimas caladas de olhos
sofridos,
Em chuva de mágoas afogadas,
Por esse mar de amores vividos!
No crepúsculo que adormece a
noite,
Surge a esperança na aurora,
Que desperta no novo dia!
Amarguras esquecidas,
No tempo que se esvai nas
horas
E as memórias se alegram, em
novas
Viagens pelas emoções,
Gritadas por corações alentados,
Nas almas carentes de afago!
Mutações difíceis, algumas,
Suaves outras, neste cosmos
desvairado,
Onde convivem naturalmente,
Amor e ódio,
Alegria e tristeza,
Solidariedade e desprezo!
Quando as emoções
exacerbadas
Se tornam polos opostos,
Tudo pode acontecer,
Nesta humanidade
desconhecida.
José Carlos Moutinho
domingo, 25 de dezembro de 2011
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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