segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Voa pomba branca



Voa, pomba branca, voa,
Que o teu voar seja a alegria.
Que a cada bater das tuas asas,
Reaviva a esperança entre os povos.
Que as penas do teu corpo,
Aqueçam o frio da alma dos infelizes.
Arma o teu bico com a oliveira da paz
E voa por esse mundo de guerras.
Leva o conforto ausente, aos renegados,
Partilha a tua riqueza, pelos carentes.
E voa pomba branca,
Nesse teu voar elegante.
Vai longe, onde existe a fome
E leva o grão de trigo que falta.
Acolhe sob as tuas asas os desabrigados,
E no teu cantar, fala-lhes no amanhã.
Diz-lhes que a desgraça, não será eterna
E que um dia eles serão felizes.
Na tua candura branca de pomba,
Mente-lhes…
Porque é uma mentira de esperança,
Mesmo que nunca se realize.
Ficarás orgulhosa da tua bondade,
Pomba branca!
E voa, sem parar por esse mundo.
Voa, pomba branca, voa…

J.C.Moutinho

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Se me tocas


Quando passas por mim,
Sinto a vibração da tua presença,
Como se uma força estranha, sensitiva
Me impulsionasse para o teu abraço,
Está em mim o calor de ti,
És a chama que acende o meu coração,
E me catapulta para emoções,
Dispersas por confusas sensações,
Se me olhas…
Sinto-me perdido num bosque de desejos
E cheiros hipnotizantes,
Ai…se me tocas…
Estremeces-me a alma,
Levas-me por vales infinitos,
De profundo deslumbramento
E se me abraças…
Entro numa espécie de letargia onírica,
Mas se me beijas…
Serei o teu escravo,
Perco a noção da razão
E sou transportado nas asas da paixão,
Provarei dos prazeres do desejo
E serei teu, perdidamente.

J.C.Moutinho

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Estado de alma



Chovem os meus olhos,
Inquietam-se os caminhos do coração,
Doem-me as células da minha alma,
Porque as cores tornaram-se opacas
E os cheiros desapareceram,
Penso, sem pensar,
Voo, sem voar,
E levo-me na busca do desconhecido,
Na ânsia do sossego,
Neste labirinto de inquietude,
A irracionalidade faz-se presente
E a vida em tormentos,
Metamorfose das vontades,
Desequilíbrio dos momentos,
Inconsciência das emoções,
Ventos sopram descontrolados,
O luar desencontra-se do sol,
Total anarquia dos elementos naturais,
Mentes em delírio numa parafernália,
Da perda da razão,
Caos da subconsciência.

J.C.Moutinho

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sentidos despertos



Vestem-se os dias, dos raios de sol
Nas ensonadas tardes de verão,
Os segundos misturam-se com os minutos
E as horas perdem-se pela janela do tempo,
Voam os desejos, dos sentidos,
Vêm as vontades dos sentimentos,
Sonham-se as ilusões adormecidas,
Revivem-se momentos perdidos,
Alegram-se as lembranças dos vividos,
Amores amados, paixões encantadas,
Despem-se as sombras das desilusões,
Vivem-se as emoções dos encantamentos,
Entra-se pelas luas dos mares,
Na expectativa e esperança no futuro,
Passa-se pela alegria e desalento do presente,
Porque o passado é a nostalgia e a saudade,
As mentes divagam pelo infinito,
Num deslumbramento de fascínio,
Com o que a vida de bom nos contempla.

J.C.Moutinho







segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Silêncio em ti



Calo-me no silêncio em ti,
Os pensamentos turvam-se
Pela tua displicência,
Deixaste-te envolver na penumbra
Do desencanto,
Antes eras a felicidade exacerbada,
Hoje sombra de um passado encantado,
Levaste-te pelos extremos da mentira,
Hipocrisia e falsidade,
Tornaste-te presa do teu erro, meu amor,
Desacreditaste na luz da verdade,
Escureceste o luar,
Dos nossos momentos de paixão,
Esqueceste aquele mar de amor,
Em que navegávamos,
Preferiste embarcar na nau do afastamento,
Agora, naufragas no meio desse mar,
Que te levará ao sofrimento,
Pela perda de quem te queria,
Podes ainda tentar as margens
E agarrar-te às pedras da esperança,
Talvez consigas ter o perdão pela tua,
Frieza e indiferença.

J.C.Moutinho

domingo, 30 de janeiro de 2011

Morena de cabelos negros



Desces altiva e deslumbrante,
A calçada da rua onde moras,
Teu caminhar tem a suavidade da brisa,
Bamboleias como borboleta!
Os teus cabelos negros de azeviche,
Resplandecem ao sol, soltando reflexos!
Tal cotovia, trauteias uma melodia,
Enquanto deslizas pela rua abaixo!
A tua boca carmim,
De lábios bem desenhados,
Leva-me a um doce encantamento!
A elegância das tuas pernas esbeltas,
Roliças, como gazela,
Fazem-me voar pela paixão!
E quando olho os teus seios,
Perco-me na ilusão do desejo!
São de fada as tuas mãos,
Que me levam a sonhar que me acaricias!
Tu és, mulher morena,
De cabelos negros
E boca carmim,
A encarnação da beleza da mulher,
És o sonho jamais sonhado!

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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