domingo, 13 de março de 2011

Mentes que se confundem




Mentes que sonham,
Mentes que se confundem,
Mentes que se perturbam,
Ideias que se vão,
Pensamentos que se realizam.
Vontades, contra vontades,
Ideais por realizar.
Corpos que se atraem,
Corpos que se embrulham,
Corpos que se enrolam
Em devaneios consentidos, ou roubados.
Loucuras permitidas, sem explicação
Movimentos de braços,
Que se enroscam, por desejos com razão
E envolvem corpos que se desejam,
E corpos que desejam outros corpos.
Outras ideias,
Outras vontades,
Consentidas ou roubadas.
Tropel de emoções,
De sentimentos envergonhados,
Pelas mãos, motivados
Em movimentos, sem pudor
Em que tudo é ignorado,
Pela devassa de ter e querer.
Confusão de paixões,
De sentidas perturbações
Que relaxam, que enlouquecem
Que fazem esquecer,
E que nos levam a um estado de espírito
Incrivelmente maravilhoso.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 11 de março de 2011

Desnudo os ventos




Atravesso os silêncios da tua ausência,
Alcanço o vazio por ti deixado,
Desvendarei o mistério da tua partida.
Desnudo os ventos que te levaram,
Rasgo os caminhos por onde passaste,
Afasto as nuvens que te escondem,
Farei o sol mais luminoso para te encontrar.
Dar-te-ei o arco-íris com as cores que quiseres,
Destruiremos os obstáculos que se atravessam,
No caminho das nossas ilusões e sonhos.
Ignoraremos os vendavais de mentiras,
Que te levaram à fuga de ti mesma.
Não conseguirás ir mais além, porque tu,
Estás em mim.
Tu és a luz de cada dia, dos nossos instantes.
Tu e eu, somos um só.
Nossos corações batem em uníssono.
O teu respirar é o meu ar….
Eu sou o calor que te faz vibrar
Jamais te ausentarás.
Sem mim, não existes
Eu sem ti, sou nada!

José Carlos Moutinho

Inventar sorrisos




Belos sorrisos, eu invento
Em tristes rostos que passam,
Que acabe de vez o sofrimento,
Nas melodias que as aves façam.

Alegrar algum coração triste.
É missão possível da humanidade,
O amor é abundante e até existe,
Porquê tanta crueldade?

Vamos enfrentar tempestades
E acabemos com a tristeza,
Bastam algumas verdades,
E usar-se sempre a franqueza,

A lua que nos ilumina, bela,
Indica-nos o caminho da beleza,
Olhemos com carinho para ela,
E a alegria virá com certeza.

Versejar com optimismo e paixão,
Pode encantar almas amarguradas,
Basta um simples toque ao coração,
E as coisas serão mais encantadas.

José Carlos Moutinho



E tanta coisa foi desperdiçada




Invento ventos de esperança,
Navego em águas sem mar,
Subo montanhas sem cumes,
Deixo-me levar por rios de ilusão.
Agarro as horas, para que parem
Este tempo louco e veloz.
Corro em sentido inverso,
No desejo de que o tempo se imobilize,
Mas tudo é em vão.
Os minutos voam,
As horas escapam-se,
E os dias atropelam-se nos meses
E os meses nos anos.
E a vida esvai-se rápida
E irritantemente célere.
Olhamos o tempo passado
E entristece-nos ter sido perdido
Em futilidades.
Mas o impossível faz-se presente
E nada retorna aos momentos idos
E tanta coisa foi desperdiçada,
Inutilmente.
E o tempo corre, sem parar
E nós partimos sem realizarmos
O que era possível!

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 10 de março de 2011

Amor e humanidade






Olhai as pedras da calçada,
Como elas brilham com o reflexo do sol.
Reparai no sorriso das rosas,
Que marginam as ruas.
Sintam o veludo do chão onde pisais,
Vede como tudo se conjuga numa beleza infinita.
Agarrai o algodão das nuvens,
Aspirai o perfume da brisa,
Riam-se com o ridículo dos momentos!

Chorai com o sofrimento,
Condoam-se com os desfavorecidos,
Mas não os abandonem, não os desprezem.
Não olheis com desdém, como se fossem estranhos,
Esses também têm direito ao brilho da calçada,
Ao sorriso das rosas,
E ao veludo do chão.
Assim, como merecem
Segurar nas suas mãos calejadas,
O algodão das nuvens.
E sentirem o cheiro perfumado da brisa.
Este mundo é pequeno,
Mas enorme, onde cabemos todos nós
É só haver harmonia,
Entendimento, partilha, justiça
E amor,
Muito amor e humanidade.

José Carlos Moutinho


Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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