sexta-feira, 11 de março de 2011

E tanta coisa foi desperdiçada




Invento ventos de esperança,
Navego em águas sem mar,
Subo montanhas sem cumes,
Deixo-me levar por rios de ilusão.
Agarro as horas, para que parem
Este tempo louco e veloz.
Corro em sentido inverso,
No desejo de que o tempo se imobilize,
Mas tudo é em vão.
Os minutos voam,
As horas escapam-se,
E os dias atropelam-se nos meses
E os meses nos anos.
E a vida esvai-se rápida
E irritantemente célere.
Olhamos o tempo passado
E entristece-nos ter sido perdido
Em futilidades.
Mas o impossível faz-se presente
E nada retorna aos momentos idos
E tanta coisa foi desperdiçada,
Inutilmente.
E o tempo corre, sem parar
E nós partimos sem realizarmos
O que era possível!

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 10 de março de 2011

Amor e humanidade






Olhai as pedras da calçada,
Como elas brilham com o reflexo do sol.
Reparai no sorriso das rosas,
Que marginam as ruas.
Sintam o veludo do chão onde pisais,
Vede como tudo se conjuga numa beleza infinita.
Agarrai o algodão das nuvens,
Aspirai o perfume da brisa,
Riam-se com o ridículo dos momentos!

Chorai com o sofrimento,
Condoam-se com os desfavorecidos,
Mas não os abandonem, não os desprezem.
Não olheis com desdém, como se fossem estranhos,
Esses também têm direito ao brilho da calçada,
Ao sorriso das rosas,
E ao veludo do chão.
Assim, como merecem
Segurar nas suas mãos calejadas,
O algodão das nuvens.
E sentirem o cheiro perfumado da brisa.
Este mundo é pequeno,
Mas enorme, onde cabemos todos nós
É só haver harmonia,
Entendimento, partilha, justiça
E amor,
Muito amor e humanidade.

José Carlos Moutinho


quarta-feira, 9 de março de 2011

Lutemos eternamente




Cintilam como coriscos, as estrelas
Que lá no alto do firmamento
Nos contemplam e nos iluminam,
Na escuridão das nossas tristezas.
O azul escurecido pela noite, mas brilhante pelo luar,
É como um manto divino que nos protege,
Dando-nos alento para enfrentarmos,
Dragões invisíveis nesta labuta,
Por vezes inglória,
Contra o tempo e tudo.
Paredes invisíveis, como carapaças,
Impedem que os nossos sonhos
E ilusões, singrem na corrida pela vida.
Semeamos, plantamos, amor e carinho,
Nesta Terra de Deus….
E colhemos amarguras e desilusões.
Mas as estrelas, que cintilam,
E o luar que nos ilumina lá estão,
Querendo dizer-nos que não,
Desistamos do amor, porque ele é tudo!
Lutemos sempre, como titãs,
Porque algum dia, bem distante,
Algum dia, vamos vencer.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulher


Imagem da net


Olá Mulher,
Que me fascinas com a tua beleza
E o teu caminhar ondeante
Como se flor fosses,
Beijada pela brisa do encantamento.
Tu que eu tanto admiro
Pela tua pose altiva…
E simultaneamente submissa.
Tu, mulher que és amada
Até aos extremos
E vilipendiada, pela loucura
Dos homens
Mas tu, Mulher és um ser superior
Porque procrias, amamentas,
Porque és mãe.
Tens a divindade
Que a Natureza te concede
E o dom de parir.
Só tu, Mulher tens a dor no amor
De ter um filho.
Não permitas que te explorem
Revolta-te contra os energúmenos
Tu tens as armas com que podes lutar
E vencer:
És bela, tens graciosidade, tens encanto
És mulher.

J.C.Moutinho

Vaidade e presunção




Surges na calada da noite
Inesperadamente,
Bela e nua…
De sentimentos e de emoções.
Deslumbras com a tua presença,
Desencantas pela tua vaidade e arrogância.
Não passas de um corpo lindo,
Numa cabeça oca de atitudes;
És uma criatura infeliz,
Na tua insignificante ignorância.
Olha em teu redor…
Repara na humildade de quem passa,
Sente-lhes o calor das áureas,
Que as envolvem na sua singeleza
E aprende-lhes a sua beleza.

Vem, sei que podes mudar,
Desce desse teu pedestal,
Torna-te gente normal
Sê tu, um ser humano.

Porque um dia,
Serás um velho retrato enrugado
Não passarás de uma figura,
Desbotada e triste.

E pensarás que de nada te valeu,
Tanta vaidade e presunção.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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