quarta-feira, 4 de maio de 2011

No oásis das minhas ilusões




Deixo os meus pensamentos
Elevarem-se com o fumo,
Que rodopia da espiral do cigarro
E nas caprichosas figuras
Desenhados no ar,
Os meus olhos
Sonham a tua imagem,
Numa mística dança do ventre,
Qual odalisca do pecado;
Rodopio de ancas e braços,
Dedos agitados em coreografia
De total sensualidade,
Numa entrega de total submissão,
Aos meus pés de sultão;
Mistura de cores e cheiros,
Ambiente inventado
No oásis das minhas ilusões;
As dunas de emoções
Contidas no deserto carente
Da minha alma, transcendem-se na euforia
Dos sentidos desvairados pelo prazer
Extasiados pelo entorpecimento
Do fogo que me assola,
Como um vulcão, em explosão.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 3 de maio de 2011

Faria do brilho lunar, um manto




Olhando o sol
Nos seus raios translúcidos,
Imagino-me tecendo-te um véu,
Que te cobrisse de luz
E te tornasse ainda mais bela!
Envolvo-te nos meus braços
Com essa écharpe de carinho
E fios dourados do sol, que te agasalharia
No frio das tempestades de carência,
Nos longos invernos da minha ausência;
Se insuficiente fosse o tecido feito de sol,
Faria do brilho lunar, um manto de seda
E ternura, denso de amor
E assim não sentirias frio,
Porque ele te cobriria para sempre!
Se porventura quiseres olhar o céu
Em busca de mim…
Olha as estrelas e verás o meu olhar
Protegendo-te nos teus momentos
De insegurança, iluminando os teus caminhos!
Nada receies, estás em mim,
Mesmo que eu esteja longe,
Eu quero estar em ti.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Volta, esquece o orgulho




Doem-me os minutos vazios de ti,
Nas longas horas da tua ausência;
Porque teima o tic-tac do relógio,
Causar-me tanto sofrimento?
Quisera voltar a ter-te,
Mesmo nos curtos momentos,
Em que a tua presença,
Fora o sustento para o meu amor
E a nossa entrega,
De total desprendimento,
Fazia-nos revigorar a cada segundo,
Do nosso tempo célere,
Mas voraz de paixão!
Sei que o teu orgulho te faz sofrer,
Por te negares a ceder ao teu desejo,
De vires a mim!
Volta, sem ressentimentos,
Perde essa vaidade fútil,
Vive este amor ausente
Junto de mim, no presente.
Vivamos cada minuto com carinho
E que as longas horas, antes vazias,
Sejam preenchidas de constante paixão.

José Carlos Moutinho

domingo, 1 de maio de 2011

MÃE




Um dia da mãe Inventaram
Como se mãe tivesse um dia,
Para os que olvidaram,
A mãe a cada dia é alegria.

Mãe é mais que um curto nome,
É sofrer todos os dias, na vida;
É amar na dor e na fome
E nunca sentir a missão cumprida.

Ser mãe é algo sublime e divino,
É dar carinho e amor, sem regatear
E considerar o sofrer como destino.

Sente a ausência quem a não tem,
Falta-lhe o ombro onde se abrigar,
Não existe amor, como o de mãe.

José Carlos Moutinho





sábado, 30 de abril de 2011

Desperdiçados sentimentos




Caíam as folhas soltas
De desperdiçados sentimentos
Dos Outonos vazios da vida
E congelados pela neve fria,
Do desespero do Inverno
Das paixões perdidas;
Sentia-se a esperança
De que a Primavera das ilusões,
Enchesse de novo os corações,
Com os sonhos floridos,
Pelas cores da natureza
E voados nas asas das andorinhas;
Perfumados pelos aromas soltos no ar
Que a flores docemente libertavam;
As almas beijavam o calor
Do Verão, fazendo-as transbordar de alegria
Verdadeira ou imaginária,
Numa sensação de bem-estar,
Voar com a mente utopicamente
Porque as quimeras eram presentes
E o amor latente.
Afinal, estava-se na estação mais bela
E propícia a amar e esquecer
Os desperdiçados sentimentos.

José Carlos Moutinho




Sinceridade




Assusta-me sentir medo
Dos olhares opacos da falsidade,
Fascina-me ver olhos da verdade
Com franqueza e carinho, sem segredo.

Quero viver e sentir alegria
Mesmo para alem da própria dor,
Ver beleza em tudo mesmo, sem cor
E deixar que a alma cante poesia.

Enfrentarei os adversários, da maldade,
Ainda que os obstáculos me impeçam,
Serei um divulgador da sinceridade!

A minha alma luta pela razão,
Sei que por vezes as forças cessam,
Mas a coragem vence, com o coração.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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