Deixo os meus pensamentos
Elevarem-se com o fumo,
Que rodopia da espiral do cigarro
E nas caprichosas figuras
Desenhados no ar,
Os meus olhos
Sonham a tua imagem,
Numa mística dança do ventre,
Qual odalisca do pecado;
Rodopio de ancas e braços,
Dedos agitados em coreografia
De total sensualidade,
Numa entrega de total submissão,
Aos meus pés de sultão;
Mistura de cores e cheiros,
Ambiente inventado
No oásis das minhas ilusões;
As dunas de emoções
Contidas no deserto carente
Da minha alma, transcendem-se na euforia
Dos sentidos desvairados pelo prazer
Extasiados pelo entorpecimento
Do fogo que me assola,
Como um vulcão, em explosão.
José Carlos Moutinho
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