domingo, 18 de setembro de 2011

Somos o Universo




Zarpo deste porto da bonança,
Levo-me no murmúrio das águas serenas,
Transparentes deste mar, que cintila
No reflexo dos raios solares;
Navego…
Deixo-me adornar ao sabor do vento,
Acariciando as margens da alegria;
Deslizo a minha paz,
Na proa desta nave da felicidade;
Sorrio-me na bolina,
De velas brancas hasteadas,
Agitadas pela brisa do prazer,
Numa sensação de liberdade;
O sol aquece-me a alma,
Leva-me à exaltação do fascínio,
Pela vida que me canta,
A paixão do sentir
A beleza que me rodeia;
A maresia alimenta-me a alma,
Tempera-me as forças;
Ao sabor das ondas e do vento
Eu, o barco, mar e o sol
Somos o universo!

José Carlos Moutinho

Corpo feiticeiro




Uiva no breu da noite,
Como lobo esfaimado,
O vento que assola, esfria
E assusta os meus pensamentos,
Soprando-os para lugares remotos,
Afastando-os da minha mente,
Enfeitiçada pela visão deslumbrante
Daquele corpo feiticeiro;
Repudio esse sopro intempestivo,
Agarro-me aquela imagem,
Num amplexo desesperado,
Socorro-me das estrelas que cintilam,
Iluminando-me o caminho que me leve,
Até ao fascínio daquela ilusão!
Murmuro à brisa, que seja a minha guia
E que não me deixe sufocar,
Nas águas do meu anseio
E me leve no navegar,
Do meu sentir e me faça deslizar,
No topo das ondas da minha esperança
E que a bonança tome o lugar,
Da tempestade do meu viver.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Calor que desperta a alma




Lá fora o sol desponta preguiçoso,
Num preguiçar de cintilante languidez,
Entra no meu peito…
Como um despertar para a vida,
Desalojando da minha letargia,
A tristeza que me prostrava
E faz-me pensar-te e sentir-te,
No calor que outrora me entregaste;
Os seus raios, são os teus beijos,
Que me afogueavam os sentidos!
Sinto na brisa quente, o ardor do teu abraço;
As tuas mãos delicadas como seda,
São as sombras, que deslizam em mim!
E o sol vai-se elevando, altaneiro
Como foi o nosso amor;
Torna-se bola de fogo,
Tal como a que ardia em nós,
Vulcão de incandescente paixão,
Que solidificou, nas gélidas lufadas
Daquele inverno intempestivo.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Desencantos




Esmorecem-se os dias,
Cansam-se as tardes,
Sufocadas pelas neblinas das incertezas;
Agitam-se as árvores,
Caem folhas ressequidas,
Pelas amarguras de ventos desesperados,
Num mundo de enganos e falsidades;
Chora de tristeza o luar pela penumbra,
Que encobre as boas vontades
E escurece o colorido das belas flores;
Secaram as brisas da felicidade,
Que acariciavam os pensamentos;
Tornaram-se áridas as mãos que afagavam,
Amoleceram os braços que abraçavam;
As palavras levaram-se nos temporais da ingratidão,
Afogaram-se as verdades, nos mares da crueldade;
A esperança morre nos campos verdes!

Mas o universo revolta-se, modifica-se,
Dá ao sol mais luz, para que clareie o breu,
Das mentes perversas;
As estrelas cintilam a cada vibração do bem,
O luar azula-se em tons de sonho,
Nos sorrisos que acalentam as almas;
As flores desabrocham no encanto da vida;

Os humanos… Ah….Esses?
Continuam os mesmos!

José Carlos Moutinho

Fantasia encantada




Enrosco-me no silêncio de mim,
Abraço os pensamentos que me povoam,
Suspiro no sentir do meu querer
E na brisa do teu respirar,
Que afaga o meu pescoço!
Ouço as palavras que me cantas,
Em melodia celestial;
Dos teus lábios vermelhos,
Recebo o teu doce beijo,
Quando me balbucias palavras de paixão;
Encostas-te delicadamente em mim,
Como a luz que se cola ao chão;
Olhamos o céu, neste silêncio de luar
De fantasia encantada
Onde as estrelas, são a luz guia do nosso amor,
Por esta estrada de sonho;
Mas a alvorada surge,
Nos seus raios cintilantes de vida
E desperta-me…
Do meu vaguear por pensamentos de amor,
No silêncio que me adormecia
E mostra-me a realidade…
E a ilusão da fantasia encantada.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a