domingo, 25 de setembro de 2011

Outono




O calor vai desmaiando, nos braços do tempo,
Este, lenta e suavemente dá lugar ao frio;
As cores empalidecem, matizam-se;
O sol deslumbrante e altivo,
Cansa-se do esforço da estação passada;
Caem folhas secas, cansadas da agitação estival,
As imagens tornam-se esbatidas;
A mudança climática, permite a reflexão,
Surgem poemas de folhas caídas,
De árvores desnudadas,
De alamedas sombrias, porém belas.
A inspiração aparece, como que por mágica,
Aos poetas, sôfregos de poesia encantada!
Outono, tem nos seus campos toda a tela,
Que o pintor das palavras pode encontrar;
A brisa fria que nos açoita o rosto,
Estimula-nos a apreciar com fascínio,
O que a natureza a cada canto de jardim,
Nos oferece.
Os frutos de verão foram colhidos.
As vindimas acabaram,
As videiras ficam despidas do néctar divino
Ainda virão as castanhas quentes a escaldar
E o vinho para acalmar.
Outono chegou, fresco, tímido,
Mas pode arrepender-se e causar-nos surpresas
E retornar ao verão que substituiu.
Mas Outono é eternamente uma estação
De belas e bucólicas imagens.

José Carlos Moutinho

sábado, 24 de setembro de 2011

Sonhava acordado!




Chega suavemente o crepúsculo,
Empalidece o dia, que ofegante descansou;
A penumbra traz sentires e desejos;
A noite é companheira de emoções;
Adormeço na carícia da saudade,
Desperto no brilho da tua imagem!
Enterneço-me no murmúrio da tua voz melodiosa,
Sucumbo ao prazer do teu beijo,
De lábios vermelhos de cerejas doces,
De paixão afogueada pelo calor,
Da respiração reprimida, sufocante,
No abraço que delicia na tremura;
Devaneios perdidos na inconsciência,
Do sentir descontrolado,
De dois corpos em convulsão;
Mentes que esquecem a razão,
Suores que escorrem,
Braços que se agitam
Em coreografia estranha, exótica;
Corpos prostrados pela loucura,
Dos movimentos em fogo,
Do vulcão imaginado.
Sonhava… acordado!

José Carlos Moutinho

52º Programa - José Carlos Moutinho - DIZER POESIA

52º Programa - José Carlos Moutinho - DIZER POESIA by Isabel Branco2

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Idílica imagem




No odor que paira no ar,
Sinto o teu perfume
Que exalo deliciado, na doçura
Da tua presença,
Que brilha com a luz deste sol,
De verão aquecido pela tua ternura!

Como flores nos teus cabelos,
Borboletas, esvoaçam na brisa que passa,
As copas das árvores agitam-se,
Deslumbradas com o teu caminhar
Deslizante, como sereia no mar;           
As pedras da calçada sorriem,
Na doce visão das tuas belas pernas;
Fascinas quem te olhar,
Hipnotizas no teu sorriso,
Envolto nesses lábios perfeitos,
De doce mel e amora silvestre,
Num agridoce delicado,
Que a tua boca me oferece
E eu ávido, absorvo,
Em ansiosa paixão!

Desfalecem-me em ti, os meus sentidos,
Em total sensualidade,
Oh… mulher de encantos tamanhos
De idílica beleza;
Somos a felicidade,
Porque tu estás em mim
E eu estou em ti.

José Carlos Moutinho

domingo, 18 de setembro de 2011

Somos o Universo




Zarpo deste porto da bonança,
Levo-me no murmúrio das águas serenas,
Transparentes deste mar, que cintila
No reflexo dos raios solares;
Navego…
Deixo-me adornar ao sabor do vento,
Acariciando as margens da alegria;
Deslizo a minha paz,
Na proa desta nave da felicidade;
Sorrio-me na bolina,
De velas brancas hasteadas,
Agitadas pela brisa do prazer,
Numa sensação de liberdade;
O sol aquece-me a alma,
Leva-me à exaltação do fascínio,
Pela vida que me canta,
A paixão do sentir
A beleza que me rodeia;
A maresia alimenta-me a alma,
Tempera-me as forças;
Ao sabor das ondas e do vento
Eu, o barco, mar e o sol
Somos o universo!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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