sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fantasias




Ecoam no meu peito sons vibrantes,
Murmurados por búzios beijados,
Pelas ondas enroladas nas areias do teu corpo,
Em melódicas sinfonias;
O prateado do luar acaricia-nos,
Acetina-nos a pele com um matiz feiticeiro,
Assusta o medo que nos possa cercar
E embala-nos em devaneios perdidos,
Pelo espaço infinito,
Em louco voar ao encontro das estrelas,
Que nos indiquem a estrada da vida eterna!
Somos cometas em busca do desconhecido,
Levados por sereias aladas do cosmos,
Somos o que queremos imaginar-nos,
Somos tudo e somos nada,
Entra-nos pela alma, a suavidade
Do pensamento que veleja célere
E nos transmite a serenidade;
Aquietamo-nos neste chão duro,
De nuances esotéricas:
Somos as árvores que se agitam ao toque,
Dos beijos da brisa;
Somos o sol que nos dilata os poros,
Em momentos de quietude languida;
Somos o perfume das flores que nos sorriem
E que nos hipnotiza os sentidos;
Somos afinal, sonhadores que divagam,
Na áurea da esperança deste rio sem manchas,
Que viaja para o azul purificado do mar.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Imagem idílica




Esvoaçam pétalas brancas como mariposas,
Sob este céu azul deslumbrante;
Transmitem uma imagem idílica,
De corações exuberantes de paixões
Por acontecer, em amores por inventar;
Quimera ou realismo que transborda,
Pelos mares da fantasia,
Navegados até ao horizonte das emoções,
Em canoas de felicidade,
Remadas pelos braços do cupido,
Sopradas pela brisa das sensações,
Que penetram fundo nas almas,
Ansiosas pelo infinito desconhecido
Energizadas pelo sol escaldante,
Dos desejos vulcânicos,
De prazeres imaginados;
Gaivotas sobrevoam como anjos,
Acompanhando o murmurar das ondas,
Em melodias fantásticas;
O sol refletido no dorso do mar,
É o espelho que desnuda as verdades
E mostra as vaidades e fraquezas,
Mas que esconde os pensamentos.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Continuarei a poetar




Sorrio as letras que faço beijar o papel branco
E que se fazem palavras acariciadas,
Pela vontade da imaginação criativa;
São palavras vadias nos pensamentos,
Que divagam entre o nada e o tudo,
E aconchegam a razão com a fantasia,
A ilusão com o coração
E a paixão no sonhar da alma!

Interrogo-me porque escrevo eu isto,
A que me levam estas palavras,
Feitas frases e destas pétalas de estrofes,
Em bouquets de belos poemas?

Como explicar este fenómeno,
Da mente que inventa ideias,
Transformadas em harmonia,
De alienatórias palavras,
Em beleza de encantada poesia?

Após esta admiração pelas letras,
Conjugadas em palavras,
Harmonizadas estrofes
Eis surgido o poema.

Depois deste namoro,
Entre mim, o papel e as letras,
Cujo resultado está aqui,
Vem a avaliação de quem me lê;

Dizem uns… bonitinho mas pobre,
Outros, que é excelente, bela construção poética
E os mais entendidos e radicais…
É uma nulidade, sem rima, sem métrica, sem estrutura….
Isto não é poesia!

Acariciei as letras,
Beijei as palavras,
Abracei os versos,
Para criar esta minha obra,
Submeto-me à apreciação do comentário,
Que se for sincero, mostra que não sou poeta,
Se, for por simpatia, continuo iludido que o sou,
Mas por quem sabe do tema, é diferente,
A crítica tem valor, é valiosa, qualifica…
Mas afinal, porquê quem critica, não escreve?
Sei que sou como sou, escrevo como me apetece
E continuarei a tentar poetar.

José Carlos Moutinho

sábado, 22 de outubro de 2011

Murmúrios distantes




Sufocam-me os dias do meu estar,
Aperta-se-me o peito angustiado pelo nada;
Solta-se-me um grito estrangulado
Que voa, pelos vales da esperança,
E é a tua voz, que no eco, me responde,
Palavras de amor e arrependimento;
Mas estão longe, muito longe,
E chegam-me num murmúrio…
Perdem-se na distância dos erros cometidos
E momentos sofridos,
Que nem os místicos luares sararam;
Tampouco as estrelas que nos iluminavam,
Te mostraram a luz do nosso caminho;
Desperdiçaste a felicidade que se te oferecia,
De um coração aberto e uma alma transbordante,
De alegria constante!
Recusaste o sol que aqueceria a tua frieza,
Renegaste até os perfumes que a natureza,
Te colocou na floreira da tua vida,
Na forma de belas rosas vermelhas,
Oferecidas em instantes de êxtase

Agora o Universo gira num desatino,
Descontrolado pela razão da inconsciência,
Que me leva a uma irónica saudade,
Que não faz mais sentido,
Metamorfoseada por outras razões.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Vontades e sonhos




Sento-me nos degraus dos minutos,
Agarro-me às escadas das horas,
Descanso no abraço do luar,
E deixo-me levar em sonhos quiméricos
De vontades esquecidas,
Pela corrosão dos anos!
Revivo no desejo do meu querer,
As emoções contidas em momentos,
De felicidade, que esmoreceram no tempo!
Reacendem-se paixões das ilusões inventadas
E o fogo da memória explode,
O vulcão na ânsia do sentir obstinado,
Do meu desejar ter-te em mim;
Voar-te no beijo alucinado,
Das nossas bocas escaldantes,
Acariciadas pela suavidade dos nossos lábios!
Vontades e sonhos…
Que o vento espalha pelos desertos,
De sentimentos perdidos;
Paixões e ilusões desfalecidas
Pelo retorno adiado.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sonhar na praia



Perde-se a minha visão pelo horizonte,
Deste mar verde azulado das saudades,
Lembro aquele navio de amor navegado,
Nas ondas de uma doce paixão,
Que o tempo tenta fazer esquecer,
Mas que a memória contraria;

Vens desfazer-te em espuma,
Em alvas ondas, que desfalecem 
Em sussurro, nas areias da praia;
Tornas-te imagem do meu querer,
Que me faz esquece a minha solidão
E enrolas-te no meu corpo,
Num doce afago de calor;
Abraças-me em ânsia incontida,
Colas nos meus, os teus lábios ávidos,
Perdes-te em mim, em devaneios,
Inconscientemente sôfregos;

Levamo-nos nesta vontade,
De atravessarmos a lonjura deste mar,
Deslizarmos no reflexo espelhado do sol,
Chegarmos ao infinito
E concretizarmos esta saudade sonhada.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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