segunda-feira, 16 de abril de 2012
Voz
Voz, que palavra tão pequena com um valor imenso,
sem ti, que seria de mim?
As minhas palavras morreriam no silêncio do vazio,
como poderia eu, voz,
transmitir os sons das minhas emoções
e fazer soar alto todo o sentido do meu dizer?
A minha poesia não teria a força do meu querer,
numa voz silenciosa,
calada na garganta sufocada,
sem som!
Voz...quase passas despercebida
na solidão dos momentos calados,
mas que te impões nos instantes de exaltação!
Criaram-te um dia, na utopia das invenções,
tu, voz, tens todos os dias das nossas vidas!
Nunca me abandones, por favor, voz,
fica para sempre comigo,
ainda que te tornes rouca, fanhosa,
nunca me deixes,
pelo menos, que o teu som seja sempre audível
que possas transmitir o que me vai na alma
E grites em bom som,
tudo que o meu coração te peça.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 10 de abril de 2012
Chuva miudinha
As gotas desta chuva
miudinha que cai
E teimosa molha o meu rosto,
É incapaz de lavar a saudade
que me toma,
Nem mitigar esta inquietude
insolente,
Que estrangula a minha alma,
Em angústia insistente!
E eu mantenho-me sob aquela chuvinha,
Que teimosa, enregela os
meus sentidos,
Toldando os meus pensamentos
Que se perdem no silêncio do
nada!
Estremeço a cada gota fria,
Que desliza pelo meu corpo,
Como flagelo da minha
vontade!
Sem forças, levo-me pelo
desalento,
Perco-me na solidão da minha
melancolia!
E a chuva miudinha,
insistente e fria,
Teima em acariciar-me
maldosamente,
Numa contínua, porém, suave
torrente
De gotas, como lágrimas,
Pela amada que se faz
ausente,
Nos sorrisos que fascinavam
E nos olhares que se
perderam,
Na carência das noites de
luar,
Onde se inventavam paixões escaldantes
E se descobria o amor,
Em cada delirante alvorada.
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Primavera
Ah...
fascínio do tempo,
desta
vida que nos contempla,
no
desfiar das horas, em campos floridos,
verdes
do me sentir de esperança,
navegados
em rios de fantasias,
em miríade
de cores,
por
cânticos de aves,
nesta
perfumada Primavera ao vento,
que
se eleva aos céus das sensações!
É
Primavera...
As
andorinhas esvoaçam, na sua labuta arquitetónica!
Respira-se
um ar inebriado de poesia,
em
sinfonias de ilusões,
solta-se
a alma em rasgados sorrisos de emoções,
corações
que vibram na pujança da vida,
pelas
imagens que se fazem telas,
da
Natureza criadora de arte ímpar!
E a
Primavera traz alento e alegria,
Nas
pétalas das rosas vermelhas,
no
perfume das gardénias,
e
em tantas e doces fragrâncias de outras flores!
Esquecem-se
os dias frios incolores,
do
Inverno que partiu, no rodopiar incansável da Terra!
Animam-se
as almas, pelo calor do sol frequente
e pelo
chilreio em celestiais melodias
de
felicidade das aves!
O
luar é mais azul e brilhante,
Iluminado
pelas estrelas zelosas,
para
que este belíssimo quadro,
de
fascinante beleza, da Primavera,
se
perpetue para além do Verão!
Primavera
ao vento das minhas saudades
de
outras Primaveras de paixões.
José
Carlos Moutinho
domingo, 8 de abril de 2012
A tua ausência
Tardes que se alongam
no cansaço da tua ausência,
e se escusam em
trazer novas da tua caminhada,
pelos becos de
estranhos contornos,
onde perdes o
discernimento em conturbadas emoções!
Levas-te em marés
vivas, por agitados mares,
sem sentires a beleza
e o calor do sol,
que te afaga o corpo,
em provocante carícia
de sensual despertar!
E vagueias nessas
ondas descontroladas,
sem rumo, perdidas na
agitação dos ventos!
E, as tardes
alongam-se nas horas infinitas,
que tardam em se
fazerem noites, por teimosia,
talvez para
prolongarem a minha tortura
e não permitirem que
me sossegue,
no sono da fadiga dos
meus pensamentos!
E teimas nessa continuada
ausência!
A tua imagem
enfatiza-se na saudade
obstinada que me
transtorna
provoca-me esta
nostalgia insistente
na minha alma
E faz o meu coração perder
a razão!
sábado, 7 de abril de 2012
Páscoa...Aleluia
É uma época especial de
amor, solidariedade e partilha!
Que não se façam ouvidos
moucos às palavras de bondade;
Que não se fechem os olhos
às misérias deste mundo;
Que se abram os braços para
acolher quem sofre
E se abram as portas para
que entrem os que têm fome!
Que voem pombas brancas de
paz,
Sobre esta escuridão de
maldade!
Que os homens reflitam,
No que Jesus fez para demonstrar
o amor,
O sofrimento e o perdão!
Deixemos para trás a inveja
e o despeito,
Sejamos francos e amigos!
Festejemos esta Páscoa de
2012, como única e eterna,
De igualdade fraterna entre
todos!
Pensemos na Páscoa, como um
fenómeno milagroso,
De fé, abnegação, amizade e
amor!
Aleluia irmãos...
Confraternizemos em Jesus,
nosso Salvador,
Com humanidade atingiremos o
cume da paz,
Chegaremos ao apogeu da
felicidade!
Aleluia, em Jesus
Ressuscitado,
Aleluia, humanidade,
Aleluia, aleluia a todos de Boa-fé
e Esperança.
José Carlos Moutinho
2012
Páscoa
Era uma época em que um
homem
Fez o mundo acordar
Na esperança da salvação
pela fé,
Pregando que o ser humano
tinha obrigações,
Mas também os seus direitos,
Que lhes eram até então
retirados!
E esse homem espalhou por
terras pagãs,
A palavra de Deus e da
bondade,
Foi denunciado pelos judeus,
o seu próprio povo!
Herodes da Galileia e os
romanos, assustados
Pela força da palavra
daquele homem,
Mandaram prendê-lo,
condenando-o
À cruz em terrível sacrifício!
E o seu horrendo crime,
Era o amor a solidariedade e
partilha entre os homens!
Numa sexta-feira foi
crucificado
E para maior humilhação,
Para com aquele, que no
fundo, todos achavam ser diferente,
Colocaram-no em sacrifício
juntamente com dois ladrões,
A imagem era de tristeza e
dor!
Assim morreu em atroz
sofrimento,
O filho de Deus,
O Salvador, de nome Jesus,
Que foi enterrado e com
receio dos seus poderes,
Era vigiado pelos guardas
tiranos!
Aleluia...Aleluia
Jesus Ressuscita!
Após cerca de dia e meio,
ergue-se do seu túmulo!
Mostra ao mundo que se
deixou sacrificar e ser morto,
Para exemplo de bondade que
deve reinar entre todos
E para que a Fé nunca fosse
uma palavra vã!
Jesus Cristo, Salvador,
Filho de Deus,
Aleluia, irmãos!
José Carlos Moutinho
2012
terça-feira, 3 de abril de 2012
Reflexões
É fim de tarde, que
amolece
Com o sol que vai
beijando o horizonte,
Onde o mar se funde
com o céu!
Debruço-me sobre os
meus pensamentos,
Que me invadem
sorrateiros,
Trazendo momentos
passados
E outros recentes,
numa mistura,
Onde a ilusão se confunde
com a realidade!
Utopias que se fazem
quimeras,
Em catarse,
Numa serena paz de
consciência!
Olho longe, sem nada ver,
As imagens apagam-se
na opacidade,
Da minha vontade
cansada,
Mas cujo reflexo do
sol sobre o mar,
Me faz sentir as
vibrações do meu sentir,
Que me pulsa
inquieto,
Num desassossego de
inconstância,
Em rebelde desejo de
fuga de mim!
Reflito e calmamente
aos acordes
Do murmurar do mar
Desperto-me da minha
letargia
E sigo este meu
destino incerto.
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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