Quando as tardes se tornam
breves
E o sol se esconde nas
nuvens de sonhos desfeitos,
O vento sopra amarguras em
folhas ressequidas,
Que o tempo secou na
ausência de amor!
O céu de azul apagado,
Contempla-me na sua magnitude,
Entristecido pelo meu
desalento,
Tenta sorrir-me,
Mas o esgar dos
cúmulo-limbos não permite!
Entro em mim, na minha
solidão,
Penso-me nos caminhos das
ilusões que se perderam,
Das utopias, que não se
concretizaram
E nas sonhadas quimeras que
se desmoronaram!
Vidas de conflitualidades
Em vivências descontroladas,
Em que as consciências
perdem a razão,
Esquecem a verdade,
Deixam-se cair nos desígnios
do coração
E levam-se em espasmos de
noites sofridas,
Contorcidas por grilhetas,
De almas apertadas pela
tortura
da saudade e carência de felicidade.
José Carlos Moutinho