terça-feira, 12 de junho de 2012

S.Miguel - Açores




Tanto mar, tanto mar...
E o olhar perde-se no horizonte
Se a bruma não quiser dificultar
E esconder o que está por detrás dela,
Talvez o amor que partiu e quer voltar!
Tanto mar, tanto mar...

Olho em minha volta,
O fascínio toma-me,
Perco-me em pensamentos,
Entre tanto verde, tanto verde...
De esperança de que a saudade
Devolva quem teve de partir um dia,
Deixando esta beleza, que não alimentava o corpo,
Mas somente a alma e as ilusões!

Tanto verde, tanto mar...
Lagoas como miragens divinas,
Caldeiras e Fumarolas,
Escaldantes válvulas de escape
Do respirar dos pulmões da terra,
Para que esta se acalme e não irrompa em belas
Porém mortíferas explosões
Dos assustadores vulcões!
Tanto mar, tanto verde...
Simbiose hídrica do azul belíssimo do mar,
Com a flora transbordante de vida milenar!

E eu perdi-me no paraíso desta ilha
De deslumbrante encanto,
Que me recebeu sorridente, com sol brilhante
Mas também me mostrou, como pode ser irritante
Com a sua bruma que tudo esconde.
Obrigado S.Miguel, Um abraço Açores.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Palavras caladas




Morrem-me na garganta as palavras caladas,
Aperta-se-me o peito no silêncio sentido,
A tortura dos pensamentos,
Que na minha voz emudecem,
Impotente em gritar o que me vai na alma!

Ela passa na rua da minha paixão,
Indiferente ao conflito, dentro de mim,
Sorri-me no seu jeito sensual,
De fêmea provocante!
Os seus cabelos ondulam com o vento que eu invejo,
Na acaricia do seu rosto!
Penso-me triste e desalentado,
Nas palavras que não me saem do peito
E que eu anseio dizer-te!

Quisera ser o sol,
Que te beijasse a pele morena e sedosa,
Ser o perfume que te inebriasse do prazer de mim
E ser o luar que te abraçasse,
No leito do nosso amor!

Ainda navegaremos no mesmo caudal de paixão,
Que nos levará neste rio de desejos,
Ate’ ao mar da nossa felicidade.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 29 de maio de 2012

Sol que se esconde nas nuvens




Quando as tardes se tornam breves
E o sol se esconde nas nuvens de sonhos desfeitos,
O vento sopra amarguras em folhas ressequidas,
Que o tempo secou na ausência de amor!

O céu de azul apagado,
Contempla-me na sua magnitude,
Entristecido pelo meu desalento,
Tenta sorrir-me,
Mas o esgar dos cúmulo-limbos não permite!
Entro em mim, na minha solidão,
Penso-me nos caminhos das ilusões que se perderam,
Das utopias, que não se concretizaram
E nas sonhadas quimeras que se desmoronaram!

Vidas de conflitualidades
Em vivências descontroladas,
Em que as consciências perdem a razão,
Esquecem a verdade,
Deixam-se cair nos desígnios do coração
E levam-se em espasmos de noites sofridas,
Contorcidas por grilhetas,
De almas apertadas pela tortura
da saudade e carência de felicidade.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Êxtase e climax




Suspiros que voam em melódicas metáforas,
ais de prazer em noites de amor,
caudais de emoções transbordam o leito da paixão,
corpos em ebulição,
nus, no desalinho de lençóis de cetim!
Pernas que se agitam nas carícias recebidas,
mãos que buscam a pele sedosa,
seios túrgidos pela sucção de boca gulosa,
gemidos sufocados pela excitação,
bocas que se colam,
em desejos de desvario,
sussurrar abafado pelo resfolegar acelerado,
corações em batimento descompassado,
estremecimentos descontrolados!
Sensações de prazer indizíveis,
alternam-se posições,
em galopantes avanços e recuos!
O suor escorre,
respirar ofegante,
mentes cansadas,
corpos saciados,
êxtase e clímax em perfeita simbiose.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Metamorfose



Estou cansado, o meu corpo não obedece à mente,
os meus olhos recusam-se abrir,
caem-me os braços desfalecidos,
doí-me o rosto pela brisa que me sussurra,
congelaram-se-me as ideias,
as minhas pernas petrificaram-se!
Sou um ser quase morto,
ou serei um ser quase vivo?
Só sei que me deixei cair nesta prostração
e que não quero sair!
Não existo mais, sou uma pena flutuante,
o mundo esqueceu-me
e eu consegui esquecer o mundo;
Não ouço mais nada, não quero;
Não vejo, nem me interessa;
Não posso abraçar, não tem importância,
estou só, não tenho a quem abraçar;
Para quê caminhar,
se não há mais caminho para mim,
que fiquem petrificadas as minhas pernas!
O corpo está cansado,
a mente congelada está vazia,
foram-se os pensamentos!
Os olhos humedecem-se na escuridão
e os braços caídos,
não conseguiram acariciá-los!
A respiração é lenta, inaudível,
não sinto mais a brisa,
que me doía o rosto,
talvez eu não esteja mais aqui,
sinto-me em elevação,
creio-me voar,
vejo luz,
talvez tenha encontrado o meu caminho

José Carlos Moutinho

terça-feira, 22 de maio de 2012

Na aurora das emoções




Despertas-me na aurora dos meus sonhos,
com palavras de amor,
no sussurrar da tua melodiosa voz,
que me delicia e me faz deslizar por marés de prazer,
em ondas de excitação!
Tocas-me com as tuas mãos de veludo,
sinto um doce arrepiar
de sensação relaxante!

Quando fazes do teu corpo escora do meu,
ferve-me o sangue em veias de emoções;
A pele explode em transbordante lava,
o coração bate desatinado,
a cabeça perde a razão,
os reflexos afrouxam-se nos abraços,
o teu respirar é o meu respirar!

Os nossos corpos fundem-se num só,
pernas entrelaçadas,
movimentam-se em suaves caricias;
Abraçados, acariciamo-nos
em suaves suspiros,
ou em rápidos e fortes apertos
de intensa volúpia!

As nossas bocas devoram-se,
num beijo de sufocante eternidade,
com as nossas línguas em húmido duelo!

Rodopiamos perdidos no tempo,
banhados no suor do deleite!

Exaustos, aquietamos os corpos,
na exaltação da mente.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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