terça-feira, 24 de abril de 2012

Discriminação racial/Racismo



E tudo começou com o Big Bang!
Fizeram-se os planetas os astros estrelas e coisas mais,
Fez-se azul no céu para todos, por igual;
Surgiram animais de várias espécies,
Entre os quais, os humanoides,
Que mais tarde deram origem aos humanos,
Ditos Homo sapiens, iguais pela forma
Mas diferentes pela cor,
Culpa da pigmentação, coisas de  climas,
Diz-se que em África, teve origem a espécie humana!

E com a evolução desta espécie dita inteligente,
Vieram os problemas discriminatórios,
Nos desatinos das cores da derme!
Negros que detestam brancos,
Amarelos que não suportam negros,
Brancos que odeiam todos os outros,
Numa profusão de sentimentos,
De incompreensível entendimento!
Ódios que nascem, como erva daninha
Em searas de gente,
Como se a cor fosse estigma!

Inventam-se direitos de superioridade pela cor da pele,
Quando pelas veias corre líquido igual!
E esta aberração só existe nesta espécie bípede,
Pois na verdade não existem raças,
Mas somente uma raça,
RAÇA HUMANA

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sombra



Quando a tarde se espreguiça para lá do horizonte,
É pela sombra que se esgueiram os meus vazios pensamentos
E se deixam levar na noite que se aproxima,
Calando as ilusões esmorecidas,
Pelas emoções cansadas!

Por vielas onde a sombra domina
E encobre intenções enviesadas,
Deambulo em busca de instantes de acalmia,
Escondido dos olhares que me perturbam!

Aceito o abraço do luar que me murmura,
Cintilantes vibrações
E caminho pela clareira que a sombra não alcança!
Levo-me de coração ao alto,
Confiante de que chegarei a bom destino,
Agora protegido pela lua cheia,
Qual lampião que me ilumina e me protege
De utópicos duendes!
Grito ao mundo que sou a liberdade
Levo comigo a alegria na alma,
E nem a fantasmagórica sombra,
Me perturbará doravante.

José Carlos Moutinho


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Os Ciprestes




Levo-me no abraço dos verdes ciprestes,
Por este caminho de calorosas curvas,
Do teu corpo...
Na suave textura da tua pele,
Faço chão da minha caminhada,
Em deslizantes impulsos de sensações,
Que torna ruborizada a tua derme
E sôfrega a tua respiração,
Nesta dança sufocada,
Por osculações delirantes,
Num frenesim de braços e pernas,
Que se atropelam e se fixam,
Como os caules das flores
Se agarram ao chão macio e húmido,
Dos leitos onde se deitam,
Na semelhança das pétalas que te acolhem,
No rodopiar dos desejos descontrolados
Neste chão que nos agarra
E como imã nos subjuga,
Tornando-nos seus servos,
Na volúpia feita loucura,
Onde eu deslizo pelas curvas
Do teu corpo, meu caminho,
Sob os olhares dos verdes ciprestes.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sou o tempo que me resta




Na mansidão da tarde esmorecida
pela luz do sol, que se vai escondendo
no horizonte, confundido com o infinito,
levo-me em pensamentos
que se perdem nos confins do tempo!
Olho-me e vejo-me na simplicidade de mim!
Sou apenas o tempo  que resta
e quero viver nos sonhos do tamanho
Do meu querer,
sentir os cheiros que me rodeiam,
aspirar a brisa de primaveras imaginadas,
sorrir à lua, que me vigia altaneira,
E me cobre com o seu manto azulado
ponteado por pequenas luzes,
que das estrelas me trazem serenidade!
Abraçar em cada amigo a humanidade,
partilhar alegrias em cada alvorada,
Viver cada segundo como se fosse o último
e deixar-me sonhar na doce visão,
de um pôr de sol tropical.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Voz



Voz, que palavra tão pequena com um valor imenso,
sem ti, que seria de mim?
As minhas palavras morreriam no silêncio do vazio,
como poderia eu, voz,
transmitir os sons das minhas emoções
e fazer soar alto todo o sentido do meu dizer?
A minha poesia não teria a força do meu querer,
numa voz silenciosa,
calada na garganta sufocada,
sem som!

Voz...quase passas despercebida
na solidão dos momentos calados,
mas que te impões nos instantes de exaltação!
Criaram-te um dia, na utopia das invenções,
tu, voz, tens todos os dias das nossas vidas!

Nunca me abandones, por favor, voz,
fica para sempre comigo,
ainda que te tornes rouca, fanhosa,
nunca me deixes,
pelo menos, que o teu som seja sempre audível
que possas transmitir o que me vai na alma
E grites em bom som,
tudo que o meu coração te peça.

José Carlos Moutinho


terça-feira, 10 de abril de 2012

Chuva miudinha




As gotas desta chuva miudinha que cai
E teimosa molha o meu rosto,
É incapaz de lavar a saudade que me toma,
Nem mitigar esta inquietude insolente,
Que estrangula a minha alma,
Em angústia insistente!

E eu mantenho-me sob aquela chuvinha,
Que teimosa, enregela os meus sentidos,
Toldando os meus pensamentos
Que se perdem no silêncio do nada!

Estremeço a cada gota fria,
Que desliza pelo meu corpo,
Como flagelo da minha vontade!
Sem forças, levo-me pelo desalento,
Perco-me na solidão da minha melancolia!

E a chuva miudinha, insistente e fria,
Teima em acariciar-me maldosamente,
Numa contínua, porém, suave torrente
De gotas, como lágrimas,
Pela amada que se faz ausente,
Nos sorrisos que fascinavam
E nos olhares que se perderam,
Na carência das noites de luar,
Onde se inventavam paixões escaldantes
E se descobria o amor,
Em cada delirante alvorada.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Primavera




Ah... fascínio do tempo,
desta vida que nos contempla,
no desfiar das horas, em campos floridos,
verdes do me sentir de esperança,
navegados em rios de fantasias,
em miríade de cores,
por cânticos de aves,
nesta perfumada Primavera ao vento,
que se eleva aos céus das sensações!

É Primavera...
As andorinhas esvoaçam, na sua labuta arquitetónica!
Respira-se um ar inebriado de poesia,
em sinfonias de ilusões,
solta-se a alma em rasgados sorrisos de emoções,
corações que vibram na pujança da vida,
pelas imagens que se fazem telas,
da Natureza criadora de arte ímpar!

E a Primavera traz alento e alegria,
Nas pétalas das rosas vermelhas,
no perfume das gardénias,
e em tantas e doces fragrâncias de outras flores!

Esquecem-se os dias frios incolores,
do Inverno que partiu, no rodopiar incansável da Terra!
Animam-se as almas, pelo calor do sol frequente
e pelo chilreio em celestiais melodias
de felicidade das aves!
O luar é mais azul e brilhante,
Iluminado pelas estrelas zelosas,
para que este belíssimo quadro,
de fascinante beleza, da Primavera,
se perpetue para além do Verão!
Primavera ao vento das minhas saudades
de outras Primaveras de paixões.

José Carlos Moutinho

domingo, 8 de abril de 2012

A tua ausência




Tardes que se alongam no cansaço da tua ausência,
e se escusam em trazer novas da tua caminhada,
pelos becos de estranhos contornos,
onde perdes o discernimento em conturbadas emoções!

Levas-te em marés vivas, por agitados mares,
sem sentires a beleza e o calor do sol,
que te afaga o corpo,
em provocante carícia de sensual despertar!

E vagueias nessas ondas descontroladas,
sem rumo, perdidas na agitação dos ventos!

E, as tardes alongam-se nas horas infinitas,
que tardam em se fazerem noites, por teimosia,
talvez para prolongarem a minha tortura
e não permitirem que me sossegue,
no sono da fadiga dos meus pensamentos!

E teimas nessa continuada ausência!
A tua imagem enfatiza-se na saudade
obstinada que me transtorna
provoca-me esta nostalgia insistente
na minha alma
E faz o meu coração perder a razão!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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