Quero olhar em meu redor
e admirar como se fosse a
primeira vez,
o que vejo...
Ou talvez, extasiar-me como
se fosse a última vez!
Passamos tantas vezes pelo
mesmo local
sem nada vermos;
Fazemos da vida, uma
corrida, sem paragens
para nos deliciarmos com a
beleza
que aos nossos olhos se
oferece generosamente!
Talvez o poeta veja de outro
modo,
as coisas que o rodeiam
e pense:
“Se eu perecer, vou deixar
de ver tudo isto,
então deixo-me levar num
deliciar,
enquanto me é possível estar
por aqui
e darei mais valor ao que os
meus olhos acariciam!”
Na monotonia do quotidiano,
todos os dias se vê a mesma
imagem
no mesmo local...
Se alguém perguntar, de
repente, de que cor é...
Ninguém sabe,
porque as pessoas veem,
sem ver!
E desperdiçamos tanto,
do nosso pouco tempo
sem a consciência da nossa
cegueira,
que só se torna visão da
árvore,
quando a folha perene se faz
ausente!
José Carlos Moutinho