quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sonhos e pensamentos





Faço dos meus sonhos
mar, onde me navego em pensamentos,
até ao infinito do meu imaginário,
com o afago do sol acalento meus desejos!
Sorrio-me na serenidade
Do meu voar, livre como o vento,
Pelo céu mágico da minha mente
no silêncio de mim,
neste esvoaçar de ideias, só meu,
onde intrusos se fazem indesejáveis
pela recusa do meu querer!

E vão longe os meus pensamentos,
que antes navegados e acariciados pelo sol,
agora voam como aves, roçando as estrelas,
pelo deslumbrante cosmos da ilusão,
soltando o canto da minha voz calada,
em invisível sentir de profunda emoção!

Fascinante este poder que me toma
na quietude do meu estar,
e me faz correr por vales e montanhas,
aspirar aromas e fragrâncias
De uma natureza rica
e profusa de encantamentos
como se a minha presença fosse real!

Sonho, navego, voo, caminho
e desperto-me...
Sorrindo como se fosse fantasia!

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Na acalmia do luar





Sento-me no chão dos meus pensamentos,
deixo-me abraçar pelo sol que te imagino,
na forte emoção imbuída de sentimentos
por ti, minha amada, meu doce desatino.

Penso-te em mim, no abraço que me sorri,
vagueio pelos instantes suspirados de paixão
das tardes de delírio, em alucinante frenesi,
deslizados pelas paredes da nossa emoção.

Acompanhadas pelo ritmo do meu coração,
cantam-me melodias em pétalas de amor,
será o teu respirar, metamorfoseado de canção,
ou talvez, o teu coração que se faz cantor.

Quero o aconchego no abraço das sensações,
num sentir de turbilhões que nos faça voar
pela magia do prazer de vibrantes emoções
e serenar os nossos corpos, na acalmia do luar.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Amar





Quando se ama tudo se transforma,
na mente do apaixonado(a) tudo é belo,
mesmo que julguem fora de norma,
o mais importante é o sentir singelo.

Por mim, eu penso e digo sem me cansar,
que viver e sentir um verdadeiro amor,
é como voar em emoções sem parar
pelas caricias da volúpia em doce torpor.

Aos que amor nunca sentiram, de verdade,
não sabem como é o encanto da vida,
amar é ser brisa, que abraça a felicidade,
é ser onda no mar da paixão incontida.

Falar de amor é sentir o fogo do vulcão,
que invade o mais profundo do nosso ser,
é ignorar o fútil e soltar a alma e o coração
sorrir sem razão, cantar, é o sublime viver.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Flor que há em ti





Há em cada alvorada, uma luz cintilante
que me invade a alma,
beija o meu coração no meu mais profundo sentir
pela felicidade que acaricia o meu viver!
Com o caminhar do dia,
cresce em mim, mais uma flor,
no jardim criado pela minha paixão!
São pérolas de joia rara as suas pétalas,
de cores vibrantes pela alegria,
aconchegadas nos afagos das tuas mãos,
cujo néctar exalo dos carpelos
e me inebriam de prazer,
no olhar com que os teus olhos me beijam!
Perco a noção do tempo e do espaço
é o teu corpo que se faz jardim aos meus olhos,
vejo em cada flor o teu rosto,
em cada pétala o teu sorriso,
num fascínio que me enleva
em pensamentos de incontroláveis desejos,
contidos nesta paixão
transbordante de amor.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Calçada da minha rua





A alvorada serena,
desperta as pedras da calçada
da minha rua,
pedras gastas, doridas, silenciosas,
pelos invernos da desesperança
no arrastar de pés descalços,
na calada da noite cansada,
em busca de um abrigo,
escondido em vão de escada,
ou sob aquela árvore da esquina!

Os seus colchões e mantas,
são cartões de caixas desfeitas,
que antes agasalharam televisores, frigoríficos
e quejandas mais, em contraste aviltante de quem nada tem!

Sofrem no corpo as agruras do tempo,
que lhes dilacera a alma, pelos outonos sem futuro,
em fria dor de resignação!

Arrastam-se, andrajosos,
remexem caixotes de despojos, como bichos
em busca de um pão, ainda que seco
e sirva para iludir o estômago!

Outros felizes, passam indiferentes a tão pungente sofrer,
sorrindo porque o sol lhes brilha,
e a fome não os tortura!

Ignoram a escuridão dos corações dessa gente,
sem sorte ou desatinados, de alma empedernida,
culpados por viverem,
filhos de um destino padrasto!

E as pedras da calçada da minha rua,
no seu silêncio solidário e sofrido
escondem a dor de alguma alma nua
que se afogou nas mágoas
das lágrimas não vertidas!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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