sexta-feira, 8 de março de 2013

Simplesmente, mulher





Mulher ser tão especial,
plena de sensualidade
e profunda sensibilidade!
Mulher de contrastes
e de mente tão incompreensível,
mulher de paixão, de loucura inimaginável
do amor e dos desvarios!
Mulher que trai, que ama, que idolatra,
fêmea de desejos incontidos,
do sorriso que fascina,
do abraço que cativa,
e da entrega que leva ao clímax!
Mulher mãe, que sofre,
que amamenta, que cria
que luta até à exaustão pelas suas crias!
Mulher de sacrifícios e realidades
de doce caminhar de cabelos ao vento,
em sublime encanto!
És fêmea que transforma a rude atitude do macho,
na delicadeza da tua submissa carícia!
Ah...Mulher de tamanha beleza física,
que esconde tanta maldade;
E tanta bondade em coração
de mulher menos bela,
estranho paradoxo de beleza
exterior em discordância com a interior!
Mas tu, mulher, tens a força
do domínio sobre os homens,
no teu simples jeito de seres mulher,
tanto prostras a teus pés senhores poderosos
como podes ser escrava do homem mais simples,
porque és acima de tudo,
Amor!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 5 de março de 2013

Minha triste Pátria





Quero ser solidário com todos os meus irmãos
deste Portugal triste e envergonhado!
Quero fazer chegar bem alto a minha indignação,
soltar o meu grito de raiva,
por tanta humilhação infligida ao nosso povo!
Gritarei como o Zeca
Grândola, vila da fraternidade,
terra Morena da tristeza
que escurece as nossas almas!
Gritarei a minha revolta,
até que minha voz se canse
e se faça justiça sobre as cabeças,
de gente sem alma, sem escrúpulos!

Ah... minha Pátria querida,
tu que também és vítima impiedosa,
de tanta maldade e arrogância!

Portugal de povo ordeiro, que sofre impunemente,
que luta com a sua voz, com aroma de cravos,
armas do coração e da carência,
Mas Ignorados por ouvidos surdos,
De presunção e falta de inteligência!

Talvez a nossa voz seja insuficiente, Pátria,
e tenhamos de usar outras armas
para extirpar tanta maldade e frieza!
Só queremos pão, paz e cultura
e tudo nos é cerceado!

Acode-nos Pátria das nossas glórias,
desperta dessa letargia, em que te deixaste envolver,
expulsa as ervas malignas,
desta plantação do nosso anseio
queremos a liberdade de Abril
com dignidade, um lar, e sem fome.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A tua ausência



Tardes que se alongam no cansaço da tua ausência,
e se escusam em trazer novas da tua caminhada,
pelos becos de estranhos contornos,
onde perdes o discernimento em conturbadas emoções!

Levas-te em marés vivas, por agitados mares,
sem sentires a beleza e o calor do sol,
que te afaga o corpo,
em provocante carícia de sensual despertar!

E vagueias nessas ondas descontroladas,
sem rumo, perdidas na agitação dos ventos!

E, as tardes alongam-se nas horas infinitas,
que tardam em se fazerem noites, por teimosia,
talvez para prolongarem a minha tortura
e não permitirem que me sossegue,
no sono da fadiga dos meus pensamentos!

E teimas nessa continuada ausência!
A tua imagem enfatiza-se na saudade
obstinada que me transtorna
provoca-me esta nostalgia insistente
na minha alma
e faz o meu coração perder a razão!

José Carlos Moutinho.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Portugal do nosso desalento







O meu pais está agoniado, confuso, talvez louco,
dizem que é um jardim à beira mar plantado,
que por este povo sereno, submisso, faz tão pouco,
aceitamos a injustiça, como um destino malfadado.

Deste jardim, brotam flores negras de sem-abrigo,
produz proficuamente o desemprego e infelicidade,
que fado é este, para merecermos tão grande castigo,
pobre pais que cria com injustiça tanta indignidade.

Sempre foi assim ao longo dos séculos infelizmente,
vivemos momentos fugazes de alegria e abundancia,
mais são, os de sofrimento e dificuldade premente,
somos vitimas e cobaias de políticos com ganância.

Meu Portugal, que vida tu nos dás diariamente,
mais uma vez obrigas-nos a perder a esperança,
talvez tenhamos de nos unirmos e gritar novamente,
por Grândola Vila morena, e recuperarmos confiança.

A dor deste povo é silenciosa e dolorosamente pungente,
fazem-se desabrigados, os que tinham vida confortável,
esmolam hoje os que antes era gente de vida expoente,
acordemos deste torpor, acabemos com o viver miserável.

Não nos esqueças, país de História, Honra e Glórias,
faz despertar este povo do abandono a que foi votado,
queremos que sejas sempre, a Pátria das nossas vitórias,
acaba com este desalento, queremos que voltes a ser cantado!

José Carlos Moutinho


Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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