quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Portugal do nosso desalento







O meu pais está agoniado, confuso, talvez louco,
dizem que é um jardim à beira mar plantado,
que por este povo sereno, submisso, faz tão pouco,
aceitamos a injustiça, como um destino malfadado.

Deste jardim, brotam flores negras de sem-abrigo,
produz proficuamente o desemprego e infelicidade,
que fado é este, para merecermos tão grande castigo,
pobre pais que cria com injustiça tanta indignidade.

Sempre foi assim ao longo dos séculos infelizmente,
vivemos momentos fugazes de alegria e abundancia,
mais são, os de sofrimento e dificuldade premente,
somos vitimas e cobaias de políticos com ganância.

Meu Portugal, que vida tu nos dás diariamente,
mais uma vez obrigas-nos a perder a esperança,
talvez tenhamos de nos unirmos e gritar novamente,
por Grândola Vila morena, e recuperarmos confiança.

A dor deste povo é silenciosa e dolorosamente pungente,
fazem-se desabrigados, os que tinham vida confortável,
esmolam hoje os que antes era gente de vida expoente,
acordemos deste torpor, acabemos com o viver miserável.

Não nos esqueças, país de História, Honra e Glórias,
faz despertar este povo do abandono a que foi votado,
queremos que sejas sempre, a Pátria das nossas vitórias,
acaba com este desalento, queremos que voltes a ser cantado!

José Carlos Moutinho


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Pensar em quem sofre!





Esta vida que se esvai por entre dedos,
como fumaça de ilusões,
onde não se quer ver a beleza que nos cerca
e se deixam envolver em nulidades!
Há que agarrar os dias que correm loucos,
abraçar os segundos da nossa existência,
sorrir à felicidade de se ser saudável!
Há que se atentar na infelicidade
dos que sofrem dores atrozes,
no corpo ou na mente,
partilharmos com eles a nossa força,
e a fé num Deus qualquer,
porque Deus é um só,
Deus Todo Poderoso, Alma superior,
a Quem nos agarramos nos momentos dolorosos!

Apelemos a Ele que nos salve,
que nos liberte destes castigos,
infligidos por bactérias e vírus terríveis,
que este mundo de loucos vai criando
em laboratórios,
ou pela destruição da natureza,
nossa protetora!

Salvemos a alma se os corpos se decompõem,
mas lutemos sempre, pela sobrevivência,
pelos direitos de vivermos e sermos felizes,
condição primeira,
para se viver como humano!

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quero o meu silêncio





Quero na quietude deste meu tempo,
que o silêncio invada o meu espírito
e acalme a minha alma,
com a paz...
Que só o silencio transmite!

Quero neste meu silêncio,
ainda que o meu coração recuse,
ter serenidade, ilusão e a fantasia,
que só o silêncio,
concede do silêncio em mim!

José Carlos Moutinho

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Frio





Está frio, muito frio...lá fora,
estremeço a cada sopro da brisa
que penetra pela fresta da porta,
ai, como dói o frio deste inverno impiedoso,
que entra nos ossos e nos corrói a vontade!
Aconchego-me mais na manta
que me envolve e me oferece o calor da vida
me faz revigorar...
Acalmo-me no abraço do meu silêncio!

Pior é este frio, que me invade profundamente
atinge o âmago da minha alma,
pelo sofrimento da sua ausência,
é um frio estranho, penetrante, místico,
que não sinto no meu corpo físico,
mas que acutila o meu espirito!

Libertado do frio da natureza
sou acorrentado pelo frio da saudade,
que somente acabará com a volta
do seu corpo quente!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Dia cinzento





Está triste o dia que se pinta de cinzento,
o sol não sorri,
o céu chora lágrimas frias,
nesta época de invernia
que nos cansa a alma,
pela melancolia que nos invade os sentidos!

As flores recusam-nos
o colorido das sua pétalas
deixaram-se esmorecer
pela ausência de clorofila!

As aves escondidas em abrigos protetores,
calaram as suas melodias!

As ruas estão deprimidas
pela carência de sorrisos
das gentes que passam caladas,
encolhidas num silêncio molhado!

O tempo corre célere,
com ele vem a esperança de vindouros dias
aconchegados na Primavera
florida de bucólicas poesias
inventadas pelo calor e pela cor!

Cinzentos dias, darão lugar ao sol,
cânticos das aves, colorido das pétalas
serão milagre de metamorfose,
pela magnitude da Natureza,
que tudo transforma neste mundo
de encantos e desencantos.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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