quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Se eu um dia



Se um dia, eu tardar
Em chegar às tardes esmorecidas
Do meu cansaço,
Não me procurem...
Talvez eu não esteja mais a sonhar
Ao olhar as estrelas das noites perdidas
Nem a ser afagado pelo luar da vida!

Todavia, olhem em vosso redor,
Quiçá, alguma luz vos indique
O caminho da minha eternidade,
E se quiserem falar de amor
Vão em busca do meu abraço,
Estarei lá no horizonte da serenidade
Para cantarmos, como sempre faço
Em coro as alegrias das nossas almas,
E gritarmos ao mundo terreno,
Que de pouco vale a presunção,
Tampouco a ridícula arrogância,
Pois são valores menores
De gente com escassa inteligência,
Que navegam em mares sem brilho
Enfunados de vaidade
E acabarão por naufragar
Na sua própria ostentação.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Poesia



POESIA...É o vibrar de um sentir inconsciente
É amar platonicamente
É escrever desatinado na emoção dos sentidos   

POESIA...É o desassossego da alma,
Na serenidade do poema
É deixar deslizar os sentimentos pelas linhas da tinta
Que se fazem palavras.

POESIA...É sentir o respirar do amor, no oscilar das árvores
É inebriar-se com o perfume das flores nos cabelos da amada.

POESIA...É suspirar na ansiedade do abraço e na imaginação do beijo,
E deixar-se inebriar pelas imagens na saudade da amada.

POESIA...É o cantar de melodias desafinadas, que lembram odes de paixão, em noites de luar.

POESIA...É simplesmente o amar desassossegado de corações, que suspiram amor e paixão e que se colam na escrita do papel que voa de encontro ao futuro.

POESIA...É olhar as nuvens negras e achá-las maravilhosas
Porque detrás delas esconde-se o sol.

POESIA...É sonhar acordado, inventar utopias
Abraçar quimeras
E levar-se em devaneios.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Os meus silêncios



Envolvo-me nos meus silêncios
Que me abraçam na solidão
Dos momentos de nostalgia,
Imagens dominam-me os pensamentos,
Sombras da ausência,
Tentam sobrepor-se ao sol dos sorrisos!

O calor do seu abraço
Transporta-me por maresias perfumadas,
Que roçam as águas cálidas do meu sentir,
Salpicadas de espuma da paixão
Que me fazem navegar em doce ondular!

Os meus silêncios despertam-me,
No vibrar do meu coração exultante
Pelo deslizar nas dunas do seu corpo,
E pela carícia de suas mãos no meu peito
Que me extasiam no prazer do amplexo!

E estes silêncios que me tomam as horas,
Da letargia que domina a minha solidão,
Suavemente tornam-se melodias,
Na memória do amor ausente
Que ansiosamente se deseja presente.

 José Carlos Moutinho

domingo, 26 de janeiro de 2014

Recuso-me




Recuso-me...
Recuso-me a deixar entrar pelas frinchas da janela
A luz diáfana, que teima em se aconchegar em mim,
Quero ficar aqui na obscuridade deste meu silêncio
E divagar com os meus pensamentos pelas imagens
Que se abraçam na saudade dos meus entardeceres,
Não quero que a luz interrompa os meus devaneios,
Afagados por quimeras voadas no dorso de gaivotas,
Perfumados pelas maresias do mar da minha paixão!

Encantado com a viagem, guiado pela minha mente
Aporto ao meu mar de emoções, no farol da maresia,
Abro a janela da minha alegria, entra livremente a luz
Evitada, que agora timidamente, penetra pelas frestas
Que iluminam a minha alma com sensações pensadas!

Desperto nesta alvorada de raios cintilantes de vida,
Terna mistura sensorial de emoções, utopias e anseios,
Abraço-me aos suspiros extasiantes dos meus prazeres
E pela janela aberta, grito ao mundo a minha felicidade.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Povo sofredor



E este povo que tanto sofre,
desgasta-se pela heresia política,
de mentes iluminadas da destruição,
que humilham e usurpam,
os nossos direitos essenciais
de simples sobrevivência!

Que nos tiram o pão que nos alimenta
e o trabalho que nos sustenta!

Esta vida que nos é imposta
e a que nós somos alheios...
Não somos responsáveis,
por esta calamidade económica,
de incapacidades latentes!

Penso-me como cidadão,
que compõe este povo,
que não passamos de nadas,
só temos obrigações,
os direitos são-nos cerceados,
é um estigma a condição de povo,
porque a elite da sabedoria e das regalias,
que nos olham do alto da sumptuosidade dos seus palácios,
no conforto dos seus grandes rendimentos,
ignoram as dificuldades de vivermos
com salários ínfimos,
e mesmo estes, a cada dia mais, vão rareando!

Mas é o que merecemos como povo,
por não “entendemos” o sacrifício dos políticos,
para “endireitarem” as contas...
As tais contas, do desfalque do país,
“Causadas” pelo pobre povo,
que sempre labutou no seu dia a dia,
para mal conseguir sustentar as famílias!

Ah...Agora entendi...
Foi o povo que esbanjou em carros, casas
aviões, belos iates e viajou por esse mundo!
Foi o povo que se fez banqueiro
e criou fraudes escandalosas!

Pobre povo, que é espezinhado
numa injustiça de doer a alma!

Enquanto o povo chora a dor da fome,
“eles” sorriem, com o maior descaramento,
Pois o que fazem é pelo bem da Nação,
Pobre Nação que até tu és gozada e humilhada!

José Carlos Moutinho.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Murmúrios da mente



Enrosco-me nos meus pensamentos,
Abraço-me às melodias das minhas ilusões,
Respiro o ar puro dos meus sentimentos,
Aconchego-me no calor das minhas emoções.

O silêncio que me murmura ternas palavras,
Perfuma-me o coração com coloridas fantasias,
Recorda-me tuas carícias, quando me falavas,
A brisa que aquieta em mim, diz-me o que sentias.

São devaneios, quimeras ou simples utopias,
Pode ser tudo isso, muito mais, ou talvez nada,
Sei que me sinto feliz ao som destas melodias,
E que tudo nesta vida é finito, um dia acaba.

Enquanto essa hora de despedida não chegar,
Viverei em eterno sonhar, por oníricos caminhos,
Farei das pétalas, notas musicais soltas ao luar,
E da maresia farei perfume com meus carinhos.

Se puder, voarei por céus de fascínio e encanto,
Cantarei ao mundo que sou feliz porque sou amado,
Tornarei ausentes mágoas, tristeza e algum pranto,
Acreditem, serei alegremente um eterno apaixonado.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Desnudo-me



Quero desnudar-me deste manto frio de desalento
E aconchegar-me no calor do seu corpo,
Sentir no meu peito o afago do seu carinho
E esquecer as mágoas do tempo!

Quero desnudar-me...
Dos agrestes tecidos da nostalgia
E abraçar-me à leveza do meu anseio,
Em amplexos de ternura e amor!

Quero desnudar-me...
Das vestes de falsas sedas
E agasalhar-me
Em tecidos quentes de volúpia!

Quisera eu engalanar-me
De diáfanas e doces filigranas,
Imbuídas da mais profunda paixão,
Navegadas em águas cálidas
Pelo meu rio de emoções
E aquietar esta corrente agitada
Na foz da minha felicidade.

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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