sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Quem és tu, Destino?





…Que tanto contrarías a minha vontade,
e teimas em trocar o meu caminho,
se eu nem te conheço?

Diz-me destino, o que pretendes de mim,
que força tens tu
para te intrometeres na minha vida?

Serás conjectura ou realidade
serás utopia ou coisa nenhuma…
Penso-te núvem, mar, sol
Talvez luar, crepúsculo ou alvorada
Creio-te tudo e nada!

Gostava que tivesses coragem
Para te abrires comigo
E com toda a franqueza
Dizeres-me das tuas intenções!

Mas sinceramente, destino,
creio que não passas de uma invenção
para nos desculparmos das falhas
que nos Outonos das nossas vivências
se fazem brumas de contrariedades!

De uma vez por todas, mostra teu rosto,
fala comigo, conta-me de ti,
o que pensas do mundo
e das gentes que o povoam…
Se o fizeres, destino,
(assim de amigo para amigo)
prometo-te que serei silêncio,
da minha boca, não voarão as palavras
que te acusem dos azares do universo!

Mas… confesso-te, destino,
ainda tenho dúvidas da tua força
para trocares o nosso Destino.

José Carlos Moutinho

domingo, 3 de agosto de 2014

Serei um visionário





Gostava de escrever um poema,
onde as palavras se fizessem flores,
que colorissem o mundo de alegrias
e perfumassem de ilusões, os dias!
Que os meus versos
tivessem o calor do sol,
a força do vento
e a serenidade do luar,
para eu oferecer ao mundo,
numa cesta de afagos e abraços
colorida com pétalas de sorrisos.l

Acreditem...
Gostaria de fazer o poema mais belo,
onde eu exaltasse a felicidade
com tanta pureza,
que me fosse possivel
extinguir a infelicidade!

Mas não tenho o dom de Aladim
e metamorfosear utopias
em realidades,
nem sequer sou poeta
quiçá, um visionário!

Pois acreditem…
Sou simplesmente um sonhador,
com um coração cheio de ilusões
e uma grande alma
que me faz feliz
e afaga o meu sonhar.

José Carlos Moutinho

sábado, 2 de agosto de 2014

Deixem-me


Por favor...
deixem-me pensar o que eu quiser,
mesmo que seja loucura
deixem-me ser utopico,
e voar nas asas dos sonhos!
Deixem, amigos... e, se este meu voo
me levar aos céus do prazer e da alegria,
venho buscá-los, para juntos
irmos pelo éter
sorrindo a este mundo
tão castigado pelas injustiças e guerras,
porque nós iremos por aí, na busca da paz
e dos abraços que nos façam
cada vez melhores!
Deixem amigos...
pensar-me nesta ilusão
não me desiludam,
dizendo que esta minha vontade é inexequível,
mintam-me, mas digam que é possivel
e que isto não é quimera
Vamos lá, amigos
deixem...

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Na quietude de mim





Abraço o vazio das minhas saudades,
sorrio para o jardim das minhas memórias,
Escuto os murmúrios de outros tempos
e canto os amores imaginados de outrora!

Agora na quietude de mim,
faço dos meus silêncios, águas cristalinas,
que deslizam mansamente
pelo leito da minha vida
e docemente mergulham
na cascata das minhas emoções!

Sinto a brisa
que me afaga os pensamentos,
com a doçura da pétala
da rosa vermelha da paixão;
Penso no ontem que é passado,
e no hoje que me faz vibrar
pelo desejo de viver amanhã!

Sou a memória de idas Primaveras,
serei no futuro, o pretérito Outono
das memórias, que foram minhas.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Tenho saudades de ti, amigo





Sabes amigo, hoje…
Nem sei porquê hoje,
Apeteceu-me escrever estas palavras
Relembrando a nossa velha amizade,
Sei que deves estar tranquilo
Lá no etéreo Além,
Certamente a pensar nos aviões
Que tanto amavas!

Fomos como irmãos, quiçá, mais que irmãos,
Tinhamos o respeito e a sinceridade
Como pilares fundamentais
Que a nossa juventude aceitava, com alegria esfusiante
E da pujança com que a vida
Nos contemplava a cada dia;
Os nossos alvoreceres, meu amigo
Tinham a luz colorida da felicidade
E os sorrisos do futuro,
Que os nossos abraços de fraterna amizade
Transformavam em camaradagem!

Desejava eu, naquele nosso tempo,
Voar pelos céus do atrevimento
Em voos rasantes, pelas copas das árvores
E roçando os campos petrolíferos de Belas,
como tu, meu amigo, piloto audaz;
Lembras-te, sem dúvida de Belas, em Luanda
Logo a seguir ao aeroporto, campos rasos,
De extensão continental
Hoje , bem diferentes daquela época!

Sabes, meu velho amigo…
Tenho saudades de ti,
Nunca te disse, nem sei se te apercebeste alguma vez
Mas tu eras o meu Idolo, eu admirava-te,
Pela tua personalidade, inteligência e tenacidade
Foste o meu melhor amigo, Luiz Carlos;
Foi bom o que passámos juntos e que eu jamais esquecerei,
Lamento com tristeza, que te tenham desviado dos amigos,
E que te fizessem uma pessoa menos feliz!

Gostaria agora dar-te um abraço,
E sentados nas escadas do tempo,
Recordarmos tantos e belos momentos,
Que passamos juntos
E volltarmos a sobrevoar aqueles campos,
Eu aos comandos do teco-teco Piper cub,
Segurando o manche com a firmeza da coragem
Que tu me impunhas, como comandante,
E eu simples aprendiz a que o Destino
negou ser piloto, de aviões como tu
Esse mesmo Destino, que a ti, a vida roubou!

Sabes, meu velho amigo,
Doem-me as saudades, guardadas na minha memória,
das noitadas que passávamos, a falar de namoradas e paixões!

Ah…meu amigo, tomara que este Destino
Que nos tem contrariado os sonhos,
Tenha a coragem de nos fazer encontrar um dia,
  no hangar que frequentas, possamos fazer taxiway
E voarmos, juntos serenamente
Pelos céus da Eternidade…
Tu, meu comandante e eu eterno aprendiz.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Quem és tu, Pátria?



Quem és tu Pátria, da lingua que eu falo,
Terra linda aonde eu há tantos anos nasci,
Dentro de mim está a revolta que não calo,
Hoje minha tristeza é maior da que jamais senti.

Patria minha,desde que me conheço como gente
Sempre te conheci  cinzenta, apesar de tanto sol,
Vi os teus filhos partirem, com fome pungente
Buscando outra Patria, outra vida, outro farol.

Fugiam de ti, outrora, pois cerceavas a liberdade
Com campos de concentração, como o Tarrafal,
Hoje dás uma liberdade amorfa, sem verdade,
Emigram doutores, desempregdos, aqui está mal.

Ah…Pátria qual será o teu futuro que vejo incerto,
Perdeste a postura, quiçá a digniddade de antanho,
Eras um Império que o mundo invejava, por certo,
Agora és uma subserviente ovelha no rebanho.

Começo a sentir saudades do tempo da voz calada,
Havia fome, iletrados, miséria,repressão e respeito,
Eras tristemente, pelo mundo, ignorada à descarada,
O que nos esperava da desgraça, eram dores no peito. 

Lamentavelmente hoje não sabemos com que contar,
Ai, Pátria vê se despertas dessa letargia que nos mata,
Que será de nós, perdemos tudo, quem nos vem salvar,
Queremos viver como gente,não submetidos a esta pata.

País da minha lingua, foste Império, glorioso, navegador,
Converteste mundos e povos, tiveste alguma nobreza,
Mas perdeste tudo, de Olivença até ao longinquo Timor,
Minha querida Pátria, hoje não passas de uma tristeza.

Pátria, minha Pátria, tampouco soubeste negociar, na paz
Com os povos que colonizaste, porque a politica te anulou,
Podias hoje ser a força do mundo lusófono, que nos apraz
Preferiste a falsa demagogia, espoliar gente que tanto lutou.

Gostaria ver-te grande, Pátria do meu sol, da minha vida,
Receio todavia, que nos vindouros anos, sejas mediocridade,
Expulsando vendilhões sem alma e de ganância desmedida
Seremos num futuro próximo uma Nação com mais dignidade,

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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