quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Rio Douro,. no Picote





Sentado sobre as arribas,
Rodeado pelo silêncio da paz,
Absorvo a bucólica paisagem
Que me penetra os sentidos
numa serenidade emocionante!
Olho fascinado lá em baixo
Onde o rio se divide fantasiosamente
E deixo-me enlevar pelo encanto
Que me é permitido apreciar!
Corre calmamente este grande rio
Que se veste de ouro, pelo nome
Cujas águas transportam a vida
E o trabalho de muitos,
Que dele fazem o caminho da esperança!

Ah…estas paisagens deslumbrantes
Que o planalto mirandês oferece,
E que nesta imagem de delirante beleza
Situada no Picote
Pequena aldeia transmontana
Me faz sonhar…
Sonhos que serão ilusões
Ou talvez simples devaneios
Pelos céus de etéreos voos!

Imagino o longe, muito longe,
Onde um fio de água,
Nascido em terras da estranja
Desliza pelas nossas, com a carícia
Que afaga estas nossas arribas,
E que irá, após muitas curvas e escombros,
Correndo por entre profundos vales,
Mergulhar no mar, lá longe, muito longe,
Abraçando-o, feliz pelo dever cumprido.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Desapontamento





Desviava-se dos ventos fustigantes
Convencendo-se de que lhe eram alheios,
mas as folhas secas que se colavam no seu rosto
despertavam-no para a realidade
que se esculpira na sua alma
sulcando-lhe o coração
com desilusões,
que antes se vestiam de utopias,
desfilando em coloridas ilusões
pelas passarelles da escrita…

...Mas a plateia inteligente e superior,
na sua envídia ignorância,
ia-o marcando negativamente
com traços negros de hipocrisia e falsidade
desfazendo sonhos,
abalando a sua anterior coragem
enegrecendo os caminhos do futuro…
…do futuro que se afunilava
para o túnel da resignação
roçando as paredes do desapontamento.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sou tudo e...sou nada!






Colam-se em mim os sons dos ventos
Que lá fora rugem ameaçadores
Como se desejassem atemorizar-me…
Sacudo-os displicente,
Porque em mim, há a tenacidade
De enfrentar tempestades
E nadar contra marés,
Sou eu, o próprio vendaval
Que repele tudo o que me agrida!

Sou a força da natureza
Que me leva longe
Ao mais alto dos meus anseios
E não são as intempéries em desvario
Que me obstruem o caminho,
Nem tão pouco as ventanias
Me arrastarão por vales indesejáveis!

Tenho em mim a luz que me guia
Pelas noites silenciosas e frias de bréu
E ilumina escuras e imaginadas pontes
Sobre os rios da minha inquietude,
Eu sou a coragem que abomina fraquezas,
Sou a vontade da minha vontade
E o sonho dos meus sonhos,
Sou ilusão das minhas desilusões
Sou tudo e…sou nada!

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Gostaria de ser brisa





Tantas vezes…
Tantas vezes desejava eu, ser folha esvoaçante
Matizada de sorrisos,
Pulando de anseio em anseio
Por vales verdejantes de felicidade;
Outras tantas vezes gostaria de ser brisa,
Brisa suave, quente de verão
Que afagasse rostos frios e tristes
Dando-lhes o calor da alegria!

Quiméricos  e utopicos desejos
Que se soltam de mim
Como mariposas inquietas,
Cujos voos esbarram na fria realidade
Deste mundo insensível
E terrivelmente sofrido!

Fustiga-me dolorosamente
O insucesso do meu querer,
Afundado em águas profundas do mar
Da minha incapacidade!

Resta-me sonhar um outro mundo,
Mais solidário, mais humanizado
Porque este…
Este está totalmente perdido

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Amavas-me calada





Com o manto do luar
Cubro a minha paixão,
Só a ti amor, quero mostrar
A minha grande emoção
Por tanto te desejar.

Talvez p’la madrugada
Eu seja mais ousado
Te diga minha amada,
Quanto estou apaixonado
E contigo ir de mão dada.

Mas tu também me queres
E eu nem o imaginava,
Complicadas mulheres,
Amavas-me calada
Sem nada me dizeres.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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