sexta-feira, 12 de maio de 2017
quarta-feira, 26 de abril de 2017
Sonho esboçado
Percorreu
serenamente, caminhos
por entre folhas
das árvores do passado,
perfumou-se
com os encantos da natureza,
enriqueceu seus
sentimentos com paixões,
deslumbrou-se
com as dádivas da vida,
mergulhou em
águas de esperança,
e, navegou até
hoje,
num mar imenso
e calmo…
Agora, neste
tempo que o vigia,
continua seu
rumo com determinação,
e vai
construindo velas com a sua escrita,
no desejo de
continuar a navegar, à bolina,
desta feita,
impelido pelos ventos da realização
de um sonho
nascido tardiamente,
todavia,
esboçado na sua juventude.
José Carlos
Moutinho
segunda-feira, 24 de abril de 2017
25 de Abril do Século XX
Era um tempo
de escuridão,
os dias
vestiam-se de tristeza,
as noites
clamavam por liberdade
porque as
vozes eram estranguladas
por algozes
despidos de quaisquer sentimentos…
Era um tempo
sem futuro para tantos
que
sobreviviam com as migalhas de alguns,
o ar que se
respirava era acidificado pela opressão,
a
possibilidade de se chegar mais longe na educação
era
simplesmente castrada pelas dificuldade
de acesso às
poucas universidades existentes!
O trabalho
efectuado por menores era prática comum
pois com a
gloriosa 4ª classe do ensino básico
já se obtinha
o “alvará” para a labuta do ganha pão
que tanto
escasseava naquele país...
Depois...
Depois
aconteceu uma Revolução
que se coloriu
de vermelho, cor do sangue,
que felizmente
não foi derramado...
e também da
cor do cravo que simbolizou a Revolução!
Tudo
mudou...embora, inicialmente com entraves, que se contornaram.
Agora, vivemos
um tempo metamorfoseado pelo 25 de Abril de 1974.
José Carlos
Moutinho
24/4/17
terça-feira, 11 de abril de 2017
Para lá da janela
Fechei-me
nos meus silêncios,
guardei
dentro do meu peito
as
palavras vazias
sopradas
por ventos em desvario...
Aquieto-me
na solidão que me contempla
e
penso serenamente, sentado na nostalgia...
Olho
a paisagem que me espreita pela janela
e,
inesperadamente, invade-me uma melancolia
da
cor do tempo passado!
Olho
fixamente de olhos semi-cerrados
o
nada para lá da janela,
e,
imagino-me cavaleiro de fantasias,
cavalgando
pelas alegrias esquecidas…
agarro-as,
trago-as novamente a mim
e desperto
os meus silêncios
na
solidão que me sorri.
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 7 de abril de 2017
Ai, o Poeta
Ai,
o poeta…
…pode
ser fingidor,
dizer
que sente o que realmente não sente,
pode
ser imaginativo, inventando fantasias,
pode
até criar dores, onde há alegria e sorrisos
dizer
que existe felicidade
num
campo de imensa tristeza!
O
poeta pode, com suas palavras, pintar rios
em
secos e inférteis campos,
sentir
o perfume da maresia
onde
o mar nunca existiu!
O
poeta é mentiroso ou sincero...
pois
o poeta é tudo isso e...nada,
pois
é somente um criador
que
ao deixar-se levar pelo sonho da poesia
permite-se
ser dono da sua verdade,
que
pode nem ser a verdade dos outros!
Ao
poeta é praticamente permitido tudo
desde
que use dignidade,
que
jamais ofenda ou provoque quem o lê,
porque
é para o leitor que ele escreve e respeita!
O
poeta poderá ter uma mente em desvario
ou
sentir a serenidade do bucolismo romântico,
ou
até ser um eterno apaixonado, sem paixão,
pode
também convictamente falar de amor,
sem
que haja alguém na sua vida
tem
todo o direito de ser positivo ou negativo
nos
pensamentos que transmite para o poema!
Ai,
ao poeta é-lhe admitido falar com nobreza
da
solidão e dos silêncios
e
estar rodeado por multidões,
dizer
da dor que lhe comprime o peito
e
sentir-se profundamente feliz!
E
tudo porque o poeta é…
mentiroso,
verdadeiro, fingidor?
Não!
Porque o poeta é…
simplesmente
Poeta.
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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