sexta-feira, 6 de outubro de 2017
Sons do silêncio
Ecoam na minha alma,
Embalam-me numa suave levitação,
Fazem-me sobrevoar espaços inventados,
Caminhos de sonhos que eu abraço.
Espelho-me nas águas,
Do rio viajado na minha memória.
Revejo as noites de luar,
De encantamento romântico.
As areias daquelas praias, vividas
Em momentos de paixão.
Dores esquecidas,
Amores conquistados,
Saudades nostálgicas,
Delicadas no sentir.
É com os sons do silêncio,
Que me esqueço do que me rodeia,
E simplesmente me deixo levar,
Pelo inimaginável
E perco-me totalmente,
Quando os sons deixam de ter silêncio.
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Recordações
Estes seus dias
que se vão tornando fugidios,
oferecem-lhe recordações
de outros dias já quase esquecidos,
trazendo-lhe à mente
imagens dos Verões coloridos de ilusões
que o tempo descoloriu...
Abraça serenamente estas lembranças
que lhe sorriem,
e na solidariedade do tempo,
espera a chegada de novos Verões,
certamente menos coloridos pelas ilusões,
mas repletos de esperanças,
e satisfação pela vida plena de alegrias
com que foi contemplado
que se vão tornando fugidios,
oferecem-lhe recordações
de outros dias já quase esquecidos,
trazendo-lhe à mente
imagens dos Verões coloridos de ilusões
que o tempo descoloriu...
Abraça serenamente estas lembranças
que lhe sorriem,
e na solidariedade do tempo,
espera a chegada de novos Verões,
certamente menos coloridos pelas ilusões,
mas repletos de esperanças,
e satisfação pela vida plena de alegrias
com que foi contemplado
José Carlos Moutinho
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Pensando
Há dentro de mim um grito de inconformismo pronto a soltar-se ao ouvir ou ler aberrações por gente dita intelectual, mas que na verdade são absolutos ignorantes!
Então, quando isso acontece, ferve no meu peito uma revolta,
que, embora pacifista na maneira de actuar, não consegue calar as palavras...
Palavras, que, eventualmente poderão ser educativas, se essas tais pessoas, que usando o absurdo, disseram barbaridades e não aceitaram democraticamente a discussão
para se encontrar o ponto de consenso ou, pelo menos de racionalidade.
Sinceramente estes casos não me afectam emocionalmente, porque me sinto superior a isso, e a imbecilidade esbarra na minha indiferença , mas irrita-me pela incoerência e falta de inteligência democrática, que tanto apregoam.
José Carlos Moutinho
Só o poeta
Quando a poesia se veste de sorrisos,
e o poema se faz com asas de palavras,
conseguem levar ao mundo
fantasias coloridas e alegres,
pintando pelos céus da imaginação
histórias de vida...
que poderão até, ser de tristeza e desilusão, umas,
de paixão, alegria e amor, outras,
porque a poesia permite ao poeta
usá-la a seu bel-prazer,
mesmo que choque quem a lê,
e até nem concorde e a ache imperfeita,
tudo isso fica a critério do leitor,
porque o seu autor escreveu-a,
sorrindo, ou sentindo tristeza na alma,
só ele, poeta, pode fazê-lo
porque foi ele que lhe deu o sorriso e as asas
ao poema e consequentemente à poesia
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
Ah...poeta
Ah...poeta das palavras, vagabundo,
que deixas o teu coração vadio
vaguear por este infinito mundo...
sentes-te, porém, tão só, triste e vazio,
embora tenhas na alma um sentir profundo
ancoras-te nas margens caladas do teu rio
José Carlos Moutinho
Que esperas?
Que esperas de mim
se não me franqueias as portas da tua vida?
Podes até abrir as janelas,
mas eu não voo,
não tenho asas nem garras de gavião!
Se me sorrires,
ainda que mantenhas as portas fechadas,
eu sorrirei para ti
e abrirei as janelas do meu coração,
porque essas, estão sempre abertas
ninguém precisa de asas!
Basta um sorriso espontâneo,
fundamentalmente sincero,
e entrarás na minha vida
pela porta principal,
que sempre esteve e estará aberta
aos caminhantes da verdade!
Se não trouxeres, porém, a alma imbuída de sinceridade,
peço que te afastes da minha porta,
pois ela não está habituada a sombras negras,
sempre esteve iluminada pelo sol da vida
José Carlos Moutinho
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Eu vou contigo
Meu velho amigo, das terras
sem fim
se um dia lá voltares,
eu vou contigo…
Quero voltar a escutar
o som melancólico do batuque,
deixar o meu olhar perder-se
na lonjura
do tempo que me sorriu,
e sentir o perfume da terra
tropical!
Quando fores, amigo
eu vou contigo…
Quero voltar a mergulhar e
pescar
nas águas profundas da ponta
da Ilha,
quero retornar ao Mussulo
e aspirar maresia com aroma
de coco,
quero, amigo,
despertar com o sol matizado
do alvorecer
e adormecer quando o
entardecer se despedir
abraçado ao esplendor do
pôr-do-sol!
Não te esqueças, amigo, se
fores
eu vou contigo…
Quero voltar a pisar o chão
dos caminhos que me
acolheram na juventude,
quero sentir todos os
perfumes
daquela terra de feitiços,
quero pensar as histórias da
minha vida
à sombra daquela velha
mulembeira,
e sorrir às múcuas
suspensas dos braços
despidos dos imbondeiros,
quero voltar a saborear
maboque, loengo, pitanga,
mamão, manga
e tantos outros de
indescritível prazer!
Então, amigo, até à nossa
partida,
sabes que eu irei contigo…
Se não fores, meu velho
amigo,
irei eu,
levarei como bagagem
a alma cheia de saudade
e o coração a palpitar de
ansiedade
José Carlos Moutinho
Tantas vezes
Tantas vezes
se me comprime o peito,
não de dor
mas de desilusão,
tento respirar profundamente
e espantar o fantasma que o oprime,
porém, quando consigo livrar-me daquela,
logo aparece outra e...outra dor
numa eterna teimosia
José Carlos Moutinho
Metamorfose
No silêncio das folhas que serenamente se vão matizando
pressentem-se os murmúrios do tempo
que silenciosamente os metamorfoseia
em doces melodias...
As tardes sonolentas pelo Estio
vão cedendo caminho à frescura Outonal
e num abraço afectuoso e simbiótico
confraternizam os dias,
que o nosso tempo nos oferece
para contemplação
e, talvez, deslumbramento
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Simples desabafo, sem querer melindrar
...
Saber ler
poesia
e entender o
seu conteúdo,
parece-me ser,
para alguns, uma grande confusão!
Comentam, como
se o poema
fosse a dor de
quem o escreveu,
dizem, até
carinhosamente, que tudo passará,
que o amanhã
será melhor,
e as mágoas
irão desaparecer!
Estou confuso,
sinto-me
navegador de um mar
que não é o
meu,
flutuo sobre
ondas da incompreensão,
ou, talvez da
excessiva sensibilidade
com que as
águas chegam à minha praia
e se infiltram
nas minhas areias!
Na minha
maneira simples de analisar a poesia,
entendo que
esta, é uma escrita livre, sensível,
que tem a
capacidade de se desnudar de preconceitos,
e, vestir-se
de dores, paixões, tristezas, felicidade e amores,
e de tudo que
o poeta entenda que pode fazer parte da sua imaginação!
A poesia não
é, quanto a mim, o desnudar de alma do autor, que, pode inventar, quem e o que
quiser, para pintar o poema.
José Carlos
Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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