sábado, 19 de maio de 2018

Escuta-me

...
Escuta-me com atenção
tenta entender-me, sem críticas,
não te preocupes com minhas feições,
lê-me, serenamente entre as minhas palavras
e se, porventura, eu não sorrir,
pensa que talvez a minha alma te sorria,
jamais me julgues
sem te avaliares primeiramente,
talvez sejas tu, a necessitar de corrigir em ti
o que pensas existir em mim!
Não me subestimes,
tenta conhecer-me melhor,
talvez, quem sabe,
encontres muitas surpresas
que eventualmente, te deixarão incomodado/a
por me julgares, como se fosses
um deus maior da perfeição

José Carlos Moutinho

Que importa os que falam


...

Que me importa os que falam

quando estou ausente

e na minha presença calam

o que lhes vai na mente...


Que me importa que vistam hipocrisia

se me desnudo perante a verdade

e vivo em total sintonia

perante o meu sentir em sinceridade


Se hoje o Sol se escondeu

fica a esperança de que venha amanhã

o que me importa é o sentimento meu

meu pecado não foi por ter comido a maçã


José Carlos Moutinho

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Aldeia do Paraíso


Isso sou eu a pensar, vale o que vale

...
Há momentos em que os fulgores transcendem os sentimentos. Então, são esses fugazes (por vezes mais longos) instantes a que damos o nome de felicidade, a tal que é feita de partículas, dificilmente são um todo a tempo inteiro

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Subsídio e verdade


Eles esforçam-se tanto, coitados
Com tanta vontade de trabalhar,
Ficam até tão cansados e suados
Que dá imensa pena só de olhar

Residem perto do local de trabalho
Mas indicam residência noutro lado,
Não é pelo subsídio, é por acto falho
Excesso de serviço, anda cansado

Têm de ser bem pagos, ora essa
Fazem um esforço titânico pelo povo,
Cada qual que entenda e vá nessa
Cá por mim, acho abuso, não aprovo

Dizem abdicar de ganhos maiores
Para servirem abnegadamente a grei,
Pois o povo dispensa esses favores
Servir a Pátria é um dever, sem Lei

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 16 de maio de 2018

RUI MONIZ SOLTO OS VENTOS

Um tempo

Houve um tempo...
em que o chilrear das aves encantava
em que o Sol deslumbrava
em que a maresia, lembrava a vida
em que um abraço era paixão
em que um olhar e um sorriso era amor
Há um tempo...
em que se ignoram as aves
em que Sol tem a obrigação de aparecer
em que a maresia incomoda
em que um abraço é hipocrisia
em que um olhar pode ser de desconfiança
em que um sorriso pode ser de cinismo
Talvez haja um tempo...
em que nada de tudo isto terá a menor importância
em que a vida passa a ser um sopro
em que um abraço será tão flácido que não carrega hipocrisia
em que um olhar e um sorriso serão tão mortiços que não têm qualquer expressão

José Carlos Moutinho

terça-feira, 15 de maio de 2018

Pensamento

Nos intervalos dos vendavais da vida
surge quase sempre a luz do Sol
para iluminar quem mais precisa


segunda-feira, 14 de maio de 2018

Que voassem

Ah...como eu queria
que as minhas palavras (escritas) voassem
e se perdessem dentro do sentir de quem as lesse,
que depois voltassem a mim
para simplesmente eu ficar a saber
que chegaram a bom destino!
Ah...quanta ilusão me invade a alma
e me leva a sonhar
que existem sonhos em quem lê poesia...
porém no meu despertar
penso, em dúvida, se sonhei
ou ainda não acordei

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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