quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Carinhos e beijinhos



Tanto eu já vi neste mundo
que não devia ficar admirado,
com a mentira me confundo
ao ver abraços por todo o lado

São carinhos e mais beijinhos
o que se vê por aí, aqui e ali,
como festival de pergaminhos
que entender, eu não consegui

Parece que todos se conhecem
há meses ou até imensos anos,
sei também que todos merecem
pois são assim, seres humanos

Também são queridos e queridas
como se há muito, juntos vivessem,
belo este mundo de cores garridas
que com ilusão aqui permanecem

Tudo é tão lindo gente simpática,
em nome da amizade se mente,
a sinceridade não é matemática
mas sim sentimento que consente

José Carlos Moutinho
25/10/18

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Aldeia do Paraíso-Angola (Reportagem RTP África)

Desequilibrados

Ah, se o tempo recuasse
ainda que por uns simples anos,
talvez, se eu voltasse
não tivesse os mesmos desenganos...

Apesar de tudo, porém, gostaria
de experimentar uma outra emoção
de sentir o que há muito não sentia,
revivendo o tempo da recordação

Bem sei que são utopias, somente
estes desejos, quiçá, disparatados,
haja alguém que diga que não sente
estes anseios assim desequilibrados...

José Carlos Moutinho
24/10/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Queria

...
Queria escrever o poema
que a todos agradasse,
mas surgiu-me o dilema
que me deixou num impasse

Se o outro não agradou
a gregos nem a troianos,
eu que nem sequer sou
de me levar em enganos,
já nem sei para onde vou
acabaram-me os planos

José Carlos Moutinho
23/10/18

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Tu, poeta

Olhem só para ela...

Disseste que me viste na rua
o que achei difícil de acontecer,
pois se tu andas sempre na lua
como é que me poderias ver?

Confundiste-me com um outro
por quem me desejas trocar,
só espero que seja um maroto
que não te ame e te vá enganar

A mim já tu bem me conheces,
o que vier pode ser muito pior
dar-te tudo que nem mereces
mas poderá faltar-te com amor

José Carlos Moutinho
22/10/18

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Poesia é também alegria

...
Tu cantavas
eu não cantava,
tu tinhas uma bela voz
a minha era roufenha...

tu encantavas-me
eu nem sei se te encantava
nunca me disseste,
apesar de me olhares com ternura...

por vezes deixavas de cantar
e eu deixava de te ouvir,
não entendi bem a razão...

talvez porque a tua boca
colada na minha, não o permitisse,
pensei eu
que não consegui falar


José Carlos Moutinho
19/10/18
Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

quinta-feira, 18 de outubro de 2018






Tu, poeta

Tu que te dizes poeta
que te pensas erudito
e te endeusas,
diz-me como se escreve simplicidade
nas palavras que eu não conheço,
desejo aprender do tanto que não sei
e do muito que desconheço...

Não me atrevo a insinuar-me
perante a grandiosidade semântica do poema
porque me sei atento aprendiz
das coisas simples dos temas,
mas assertivas na concordância rítmica
da construção verbal.…

Se puderes poeta,
desce do teu pedestal
e, como comum mortal
entende que o sentimento é intrínseco
a todo o ser que se atreve
a fazer das palavras, poesia
que seja entendida como tal
e não uma total aberração
de conteúdos imprecisos e impenetráveis,
de desavinda ortografia
ou desaire gramatical,
onde atrevidas e desconexas metáforas espreitam
sem nada dizerem, além de confundirem…

A ti, poeta,
presto a minha singela homenagem,
admiro-te pelo teu dom
que em ti e em poucos é essência,
gostaria de ter a tua genialidade
e capacidade de colorir palavras,
como não tenho…poeta,
vou inventando tecidos de cores improváveis
e assim serenamente vou criando um colorido tule
com que carinhosamente
cubro a simplicidade dos meus versos

José Carlos Moutinho
18/10/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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