Tu,
poeta
Tu
que te dizes poeta
que
te pensas erudito
e te
endeusas,
diz-me
como se escreve simplicidade
nas
palavras que eu não conheço,
desejo
aprender do tanto que não sei
e do
muito que desconheço...
Não
me atrevo a insinuar-me
perante
a grandiosidade semântica do poema
porque
me sei atento aprendiz
das
coisas simples dos temas,
mas
assertivas na concordância rítmica
da
construção verbal.…
Se
puderes poeta,
desce
do teu pedestal
e,
como comum mortal
entende
que o sentimento é intrínseco
a
todo o ser que se atreve
a
fazer das palavras, poesia
que
seja entendida como tal
e
não uma total aberração
de
conteúdos imprecisos e impenetráveis,
de
desavinda ortografia
ou
desaire gramatical,
onde
atrevidas e desconexas metáforas espreitam
sem
nada dizerem, além de confundirem…
A ti, poeta,
presto a minha singela
homenagem,
admiro-te pelo teu dom
que em ti e em poucos é
essência,
gostaria de ter a tua genialidade
e capacidade de colorir
palavras,
como não tenho…poeta,
vou inventando tecidos de
cores improváveis
e assim serenamente vou
criando um colorido tule
com que carinhosamente
cubro a simplicidade dos
meus versos
José Carlos Moutinho
18/10/18
Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor
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