quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Ai, eu...


Escutei o cantar do rio da vida
ao caminhar pela margem da emoção
num caudal de felicidade sentida
que deslizava suave no meu coração

Ai, eu que nem sou marinheiro
gosto de, silenciosamente, navegar
nas ondas da ilusão, tal timoneiro
na canoa da quimera a caminho do mar

José Carlos Moutinho
29/11/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

domingo, 25 de novembro de 2018

NEM UMA SOBROU (Áudio)


Nem uma sobrou




Não...não te escrevo mais,
as palavras que tinha guardado para ti
secaram na gaveta dos meus pensamentos,
nem uma sobrou para te avisar
que és folha seca de um triste Outono...

e foste tu que a deixaste começar a secar
naquele verão, que, embora quente,
transformou-te em gelo,
um gelo empedernido
pela tua arrogante displicência…

fizeste-te icebergue perdido
no mar das tuas ilusões,
vagueaste nas ondas do desalento
em busca de um farol,
que jamais encontraste,
perdeste-o definitivamente
quando me ignoraste,
porque era eu, talvez, o teu farol!

José Carlos Moutinho
25/11/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Folhas do tempo (Áudio)


Folhas do tempo



Piso agora as folhas do tempo
ressequidas pela nostalgia,
caminho, porém, sem lamento
com saudade do que eu sentia

As velhas folhas amareleceram
o impiedoso tempo não perdoou,
as emoções jamais se perderam
mesmo quando o vento as mudou

Em cada folha uma lembrança
de um certo tempo que partiu,
ficou, todavia, a esperança
de não esquecer o que me sorriu

José Carlos Moutinho
20/11/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Mundo desconhecido




Já não me conheço neste mundo
tão desconhecido,
não consigo mais vislumbrar o sol
que antes brincava
entre as ramadas das árvores,
talvez porque o sol, também,
se tenha escondido deste mundo!

Já não ouço o cantar das aves
que dantes alegremente
invadiam os meus sentidos
e me deixavam encantado
perante a natureza,
creio até, que a maresia
não tem o mesmo perfume
que eu sentia,
quando sentado nas falésias
permitia-me aspirar
aquela refrescante fragrância!

Mesmo o mar que me enfeitiçava
e era minha inspiração poética,
parece estar amuado com este mundo
a sua serenidade
facilmente se transforma em ira!

Não me conheço,
nem a mais nada,
muito rapidamente este louco mundo
se foi transformando em desatino,
não nos permitindo sequer, antever
uma eventual acalmia futura.

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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