domingo, 17 de fevereiro de 2019

Não me olhes

Não me olhes assim
com esses olhos castanhos,
não te julgues, porventura, um jardim
porque das belas flores
não tens os encantos tamanhos,
de ti, gosto dos lábios carmesim,
desiludem-me teus gestos estranhos
quando displicente ficas a olhar para mim

José Carlos Moutinho
17/2/19

sábado, 16 de fevereiro de 2019

talento

...
Gosto de caminhar
no silêncio do meu pensamento,
por vezes, deixo-me levar
nas asas silenciosas do vento,
serenamente é junto do eterno mar
que encontro o deslumbramento
quando um poema tento inventar
na simplicidade do meu ausente talento

José Carlos Moutinho
16/2/19

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Até ao entardecer


...
Sou tronco efémero do tempo que me habita
e maresia do mar que me inspira

Tenho no meu olhar o luar das utopias

Das minhas mãos nascem palavras
com que me invento em poesia

Em cada alvorada
renasço num sentir que desconheço
e procuro descobrir até ao meu entardecer

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Reflexão (Áudio)


Reflexão



Agora mesmo,
cansado,
não pelo esforço físico,
mas pela nostalgia,
sento-me nas escadas do tempo,
semicerro os olhos,
baixo a cabeça, cansada,
não por esforço matemático,
mas sim pela imensidão
de belas e fantásticas lembranças...

e penso-me insignificante
perante a vida...
mas imensamente importante
pela riqueza do meu passado...

e sorrio ao sorriso do tempo
que agora mesmo, gentilmente,
me oferece
o mistério do porvir

José Carlos Moutinho
12/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Saudades, mãe querida

A Borboleta e a Vida (Áudio)


Meditação

 
 
As horas são ondas galopantes
nas marés agitadas dos dias...

os dias são caudais que desaguam
algumas vezes, serenos
agitados, outras,
nos braços do imenso mar...

e o mar na sua grandiosa magnanimidade
dilui a carga positiva e/ou negativa
dos dias, transformando-os
em anos que envelhecem,
e esquecem e relembram
conforme a força da resiliência...

até que, num golpe solar
tudo se evapora nos céus da finitude

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

(imagem de Israel Batista)

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Um dia




Por vezes,
quando a melancolia a mim se encosta,
pergunto-me:
porque escrevo eu
e perco tanto do meu tempo
se as palavras que invento,
supostamente poéticas
se perdem por aí,
perante olhares
indiferentes e vazios
de quem as não quer ler!

Por isso…
por vezes,
talvez não tão frequentemente,
como seria desejável,
penso que esta perda de tempo
e teimosia insistente,
quiçá, me libertem de outros pensamentos
e me façam viajar na ilusão
de que um dia...
possa haver alguém que me leia
porque eu deixei de escrever

José Carlos Moutinho
7/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

As palavras são...



As palavras...
essas que se formam letra a letra,
podem ser pétalas perfumadas
ou flechas agressivas
se não forem compostas
por mãos delicadas e carinhosas...

pois, as palavras
serão inocentes ou atrevidas,
conforme a vontade da mente,
porque esta,
esta sim, contém tudo
que há de bom ou mau
e pode usar as palavras como escravas
se as enviar por caminhos de maldade…

mas, serão, porém, parceiras e amigas
se as plantarem no jardim
da harmonia e dos afectos

José Carlos Moutinho
6/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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