A Borboleta e a Vida

A vida é uma borboleta...

salta, esvoaça em desalinho,

voa, por vezes, de viés,

soprada pelos ventos dos momentos,

outras, parece carícia

na subtileza do seu voar...

pinta os dias com as mais belas cores,

umas de alegria, outras de cinzento,

algumas têm a cor dos sorrisos...

e ainda as coloridas pelo amor,

vermelhas, ruborizadas, não pela timidez,

mas sim, pela paixão da vida,

numa delicada simbiose de sentimentos,

que nas asas das borboletas

nos chegam...

basta abrirmos os braços

e a alma para as recebermos,

aproveitando o que de melhor

podemos usufruir,

porque…

tal como a borboleta

a nossa vida é, também, efémera

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85

dos direitos do autor

...Quando pessoas de valor, acham que valemos alguma coisa...

Suspiro da vida (Áudio)

Ó inquieto

Alguém, um dia, me perguntou:

porque escreves tu, ó inquieto?

Respondi que o faço porque me dou

nesta forma de escrita em directo,

assim, a todos mostro como sou,

uma alma com um sentir discreto

que jamais escondo por onde vou

mostrando a todos o meu trajecto

de palavras que minha mão apossou

oferecendo ao mundo o meu afecto

José Carlos Moutinho

22/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85

dos direitos do autor

És nada

...

És nada...

és menos que brisa

e facilmente levado pelo vento,

podes ser presunção ou humildade,

podes ser intelectual ou ignorante

mas jamais passarás de um ser vivente,

que poderá ter ou não discernimento

para entender

o livre arbítrio

José Carlos Moutinho

21/2/19

Quem me dera

Ah...quem me dera

poder inventar um outro sol

que tivesse uma outra energia

que a todos iluminasse,

especialmente àqueles de alma escurecida

pelas mágoas da vida,

ou pelo próprio desatino da sua essência!

Sentir-me-ia mais feliz

se conseguisse dar luz

aos que andam na escuridão

e pensam ser os iluminados

José Carlos Moutinho

21/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85

dos direitos do autor

Suspiro da vida

Sou um suspiro da vida

um instante do nada,

sou folha oscilante

que voa nas asas do tempo...

sou viajante de um Universo desconhecido

por vezes estranho

perante emoções

de quem delas são ausentes...

sou um sonho irrealizável,

uma canoa de utopias,

ilusão sentida do impossível

e brisa de pensamentos inquietos...

sou o anseio de um futuro

sereno na caminhada finita

pelos desígnios etéreos

José Carlos Moutinho

17/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85

dos direitos do autor

Não me olhes

Não me olhes assim

com esses olhos castanhos,

não te julgues, porventura, um jardim

porque das belas flores

não tens os encantos tamanhos,

de ti, gosto dos lábios carmesim,

desiludem-me teus gestos estranhos

quando displicente ficas a olhar para mim

José Carlos Moutinho

17/2/19

talento

...

Gosto de caminhar

no silêncio do meu pensamento,

por vezes, deixo-me levar

nas asas silenciosas do vento,

serenamente é junto do eterno mar

que encontro o deslumbramento

quando um poema tento inventar

na simplicidade do meu ausente talento

José Carlos Moutinho

16/2/19

Até ao entardecer

...

Sou tronco efémero do tempo que me habita

e maresia do mar que me inspira

Tenho no meu olhar o luar das utopias

Das minhas mãos nascem palavras

com que me invento em poesia

Em cada alvorada

renasço num sentir que desconheço

e procuro descobrir até ao meu entardecer

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85

dos direitos do autor