terça-feira, 26 de março de 2019

Viajei com os deuses gregos




Sou viajante infatigável…
calcorreei caminhos vermelhos,
calçadas de granítica pedra,
estradas de negro asfalto,
voei pelas nuvens como Zeus
naveguei por Tálassa pensando-me Poseidon
sonhei e fracassei ao pensar-me Dionísio,
tentei fazer-me poeta,
e de Apolo ter a arte,
sou ousadia...

Tanto já viajei
e continuarei, incansavelmente, a viajar
de coração alegre e alma feliz,
pois, como sonhador e cultuador
da luminosidade e do sol, como Hiperião
seguirei em frente, sem desejar ser Céos,
levo-me na resiliência e entendimento
de que meu caminho terá a bênção
e os braços de Éter
após a minha derradeira viagem
pelo planeta terra,
maravilhosa criação de Gaia,
seguindo os desígnios de Ananke

José Carlos Moutinho
25/3/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

segunda-feira, 25 de março de 2019

Viajei com os deuses gregos (Áudio)


Olhava o mar e imaginava



Naquele final de tarde,
quando o ocaso
se aconchegava no horizonte
e a nostalgia me invadia os pensamentos,
eu, observando o mar,
deixava o meu olhar navegar,
serenamente,
sobre o seu dorso cintilante,
pelo reflexo dos raios solares,
como abraços carinhosos de luz!

Sentado nas pedras
beijadas pelas areias da praia,
imbuído de uma doce nostalgia,
deixava que a minha mente voasse
sobre aquele mar, calmo
até onde o meu involuntário anseio
me permitisse!

E pensava…imaginava utopias,
inventava monstros marinhos e sereias
que julgava poder colocar em poesias
se eu fosse realmente poeta
e criasse um poema, naquelas areias!

E eu navegava e voava,
num enlevo absoluto
rasando as ondas daquele mar imenso…

aproximava-me do horizonte,
onde já sentia a ténue carícia térmica
oferecida pelo sol,
que, esmorecido pela tristeza da partida,
despedia-se de mim,
escondendo-se no infinito

José Carlos Moutinho
4/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

sábado, 23 de março de 2019

Somos

...
Somos espuma de onda passageira
de um mar inquieto e finito,
seremos ilusão de brisa ligeira
e metáfora de parede de granito

José Carlos Moutinho
23/3/19

Falar de poesia (Áudio)


Quero zangar-me



Por vezes, quero zangar-me!
Sim, zangar-me... com a poesia
e por uma razão muito simples
e que é esta:
todos os dias,
dou-lhe um pouquinho de mim,
e ela, silenciosa, nada me diz,

por isso, começo a desconfiar
que, talvez, não tenhamos
um bom relacionamento
e que eu esteja a ser pretensioso
procurando oferecer-lhe
do pouco que sei,
mas ela, quiçá, ache que eu devia
ficar na minha incapacidade
de a despertar a voos mais altos!

Então eu penso...
se cada um der o que tem e sabe
não deve ser castigado,

e foi isso que lhe murmurei,
também, silenciosamente
e, talvez, por ter falado tão baixinho
a poesia, como sempre,
não me respondeu

José Carlos Moutinho
23/3/19

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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