sexta-feira, 29 de março de 2019

Escuta jardineiro



Escuta…
Tu, jardineiro que aí te curvas
perante a tua criação
e fazes desse ofício uma paixão,
que com carinho tratas as tuas flores
cumprindo os anseios dos teus sonhos,
contemplando cada flor com alegria,
obtendo do teu jardim a glória…

Não desesperes,
se alguma dessas flores
te agredir, picando-te,
mas não cales o grito de dor,
e solta a tua revolta
contra a ingratidão daquela flor
que não soube entender
o teu afecto e os teus anseios
de fazeres daquele pedacinho de terreno
o teu jardim, humilde sim,
mas que te proporciona esse orgulho
que brilha no teu olhar…

E aquelas flores que já plantaste
e te fizeram muito feliz
compensarão a injustiça daquelas
que te picaram,
mas que jamais o farão
se lhes arrancares os espinhos, as garras!

Não desistas, valente jardineiro
continua esse sonho
que, talvez, nunca tenhas sonhado,
mas que o tempo
serenamente te fez despertar
mostrando-te que, com tua resiliência,
poderias ser um bom jardineiro

José Carlos Moutinho
29/3/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

terça-feira, 26 de março de 2019

Em busca do improvável

Viajei com os deuses gregos




Sou viajante infatigável…
calcorreei caminhos vermelhos,
calçadas de granítica pedra,
estradas de negro asfalto,
voei pelas nuvens como Zeus
naveguei por Tálassa pensando-me Poseidon
sonhei e fracassei ao pensar-me Dionísio,
tentei fazer-me poeta,
e de Apolo ter a arte,
sou ousadia...

Tanto já viajei
e continuarei, incansavelmente, a viajar
de coração alegre e alma feliz,
pois, como sonhador e cultuador
da luminosidade e do sol, como Hiperião
seguirei em frente, sem desejar ser Céos,
levo-me na resiliência e entendimento
de que meu caminho terá a bênção
e os braços de Éter
após a minha derradeira viagem
pelo planeta terra,
maravilhosa criação de Gaia,
seguindo os desígnios de Ananke

José Carlos Moutinho
25/3/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

segunda-feira, 25 de março de 2019

Viajei com os deuses gregos (Áudio)


Olhava o mar e imaginava



Naquele final de tarde,
quando o ocaso
se aconchegava no horizonte
e a nostalgia me invadia os pensamentos,
eu, observando o mar,
deixava o meu olhar navegar,
serenamente,
sobre o seu dorso cintilante,
pelo reflexo dos raios solares,
como abraços carinhosos de luz!

Sentado nas pedras
beijadas pelas areias da praia,
imbuído de uma doce nostalgia,
deixava que a minha mente voasse
sobre aquele mar, calmo
até onde o meu involuntário anseio
me permitisse!

E pensava…imaginava utopias,
inventava monstros marinhos e sereias
que julgava poder colocar em poesias
se eu fosse realmente poeta
e criasse um poema, naquelas areias!

E eu navegava e voava,
num enlevo absoluto
rasando as ondas daquele mar imenso…

aproximava-me do horizonte,
onde já sentia a ténue carícia térmica
oferecida pelo sol,
que, esmorecido pela tristeza da partida,
despedia-se de mim,
escondendo-se no infinito

José Carlos Moutinho
4/2/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

sábado, 23 de março de 2019

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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