sexta-feira, 24 de maio de 2019

O acordo das minhas mãos

Minhas mãos cansam-se
se não as utilizo
no que elas mais gostam fazer,
nervosas, clamam à minha mente
que as use nas escritas vadias
ou serenas que na serena solidão
da minha felicidade
desfilam pelo monitor do computador,
tal folha branca de papel,
construindo algo que possa ser interessante
ou simplesmente inútil para quem lê,
mas imensamente importante
para as minhas mãos
que, felizes e orgulhosas
cumpriram mais uma missão
a que se propuseram
no acordo que comigo realizaram

José Carlos Moutinho
24/5/19

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Gosto de as comer


Dispo-te com o meu olhar
percorro-te com minhas mãos
porque julgo poder encontrar
os teus frutos, belos e sãos

Sei que gostas de me envolver
quando em ti me introduzo
para as tuas frutas eu colher,
com elas me satisfaço e lambuzo

Laranjas da minha laranjeira
ai como eu gosto de as comer,
seja a sério ou por brincadeira
como-as até não mais querer

José Carlos Moutinho
16/5/19

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Quadras singelas


Afoguei no rio, minhas mágoas
e pedi-lhe que as levasse pro mar,
fiquei na dúvida se aquelas águas
teriam força para todas transportar

Tento, porém, esquecer o passado
ao olhar para os caminhos do futuro,
confesso que já me sinto cansado,
agora, só quero felicidade, eu juro

José Carlos Moutinho
20/5/19

Aflora o momento (Áudio)


quinta-feira, 16 de maio de 2019

Armado em poeta

...
Eram fugazes seus olhares
as mãos, tímidas, quase se tocavam
sentiam, porém, não ser capazes
de continuar, porque não se amavam

jcm

Utopia ou quimera


Quisera eu, ó ilusão, ser voo
e voar sem asas, nem rumos,
que esvoaçasse livre sem enjoo,
encontrasse gente de aprumos

voar não sei, pois, ave não sou,
fico-me, então, com esta utopia
de que, quiçá, um dia voar eu vou,
como o faço agora, nesta poesia

José Carlos Moutinho
16/5/19

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Abaixo os pólens



Detesto o pólen,
não...aquele que adoça a flor,
mas sim o que esvoaça, como louco,
penetra-me as narinas abertas
ao ar que respiro, sem o qual sucumbirei
provocando-me uma irritação indesejada,
que repudio com indignação!

Nada pedi às flores ou às árvores,
que se agitam ao vento
que me enviassem tais pólens,
invisíveis, sem cheiros, nem cores
mas que produzem dores
nos olhos
que existem para ver
e não para chorar,
sem que a vida me leve a isso!

Detesto o pólen,
de tal maneira que desejo
o seu extermínio
deste meu mundo
onde as alergias entraram,
descaradamente,
sem que eu as chamasse.

José Carlos Moutinho
13/5/16

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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