quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Palavras em silêncio







Não sei o que me fizeram as palavras
que me levaram a este silêncio de reflexão,

no meu peito escondem-se os versos
que eu pensava ornamentar em metáforas
as paredes alvas do improvável poema,
penso que, eventualmente,
as palavras cansaram-se de mim,
ou, talvez esteja eu enfastiado com elas
por acha-las transviadas, sem sentido
pelos caminhos da translúcida poesia,

Sei lá, então, o que acontece...
mas sei com toda a certeza
que as palavras serão sempre inocentes
nas atitudes e nos silêncios,

pois...as palavras são virtude,
que, na sua inocência
permitem mimos ou aberrações

José Carlos Moutinho
26/9/19


sábado, 21 de setembro de 2019

O tempo sabe tudo

Já não sei
se me encanto com o colorido das flores
se com o seu perfume,
nem se gosto mais do silêncio
se da brisa que me afaga,
já não sei
se me extasio com a espuma alva
ou com a inalação da maresia,
nem se me sorrio feliz ao luar
ou ao carinho iluminado da alvorada,
já nada sei,
porque me entreguei à vontade
do tempo que tudo sabe.

José Carlos Moutinho
21/9/19

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Quero lá saber!


Quero lá saber
se me acham poeta ou escritor,
quero lá saber dos julgamentos
de quem se pensa mais do que eu...
e até o serão,
mas eu não pretendo
envolver-me em bacoca presunção de sabedoria,
porque, efectivamente, sei que nada sei!

O que eu quero, realmente,
é escrever o que o meu sentir me dita,
e não o faço para ser julgado,
mas sim pelo mais puro prazer
que de mim brota...
e se consigo agradar a alguém que me lê,
se esse alguém sente as minhas palavras,
é isso, somente isso,
que me interessa!

O resto...
avaliações, qualificações, comparações
deixo-as para os eruditos,
para os intelectuais,
para os críticos, que, por vezes,
nem poesia sabem escrever!

Eu sou assim, simples, como a brisa,
mas intempestivo como o vento,
escrevo por paixão,
jamais para me valorizar perante os pares,
não concorro a vaidades,
sequer o faço para me evidenciar,
sou o que sou e já o demonstrei
ao longo destes anos,
desde que tive a ousadia
de me atrever a entrar
neste mundo das palavras escritas,
e, por estas, me deixei apaixonar!


José Carlos Moutinho
19/9/19


quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Na terra


Na terra do cacimbo e das acácias
senti imbondeiros de felicidade,
mulembeiras de sorrisos,
e toda uma ilha do cabo de abraços!
E na terra do sol mais deslumbrante
que eu tive a sorte de contemplar,
senti marés de alegria,
o perfume húmido do vermelho
que coloria o chão fez-me crescer
com esperança
de que o mundo se faria paz
José Carlos Moutinho
18/9/19

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Soneto do teu sorriso (Áudio)

Soneto do teu sorriso

Invento um soneto do teu sorriso
mesmo que não saia nada de jeito,
deves saber que me falta o juízo
mas digo que tens um rosto perfeito,

Assim deste meu modo brincalhão
confesso que gosto tanto de ti
vives a sorrir no meu coração
ainda que estejas longe de mim,

Então, deste jeito de poetar
floresceu este soneto com carinho
para que te lembres do verbo amar…

Pois esta vida é feita de momentos
só temos de descobrir o caminho
e deixarmos voar os sentimentos!

José Carlos Moutinho
14/9/19

Sei...

...
Penso saber quem sou
sei de onde venho
mas não sei para onde vou,
sei, porém, que gosto de estar aqui
desde que a vida, um dia me agarrou
e me levará para um lugar que nunca vi
tal como no filme "e tudo o vento levou"

José Carlos Moutinho
17/9/19

domingo, 15 de setembro de 2019

A Força de Amar

..."Amar contra o tempo e, apesar das circunstâncias, o amor nunca morreu"...
em a FORÇA DE AMAR
(edição de autor, vendido pelo próprio)
 
 

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Afinal

Poesia essa coisa mística e mítica
feita de palavras estranhas
por vezes profundas e belíssimas,
em que o poeta finge sentir dor
e confessa-se apaixonado,
que garante ter voado como condor,
e que cruzou os mares em canoa de papel,
inventor de oásis no deserto da desilusão,
que cria metáforas como jardineiro de verdades,
inventa amores nunca acontecidos
e paixões vulcânicas
onde não existe vulcões...
afinal...o que apareceu primeiro
o poeta ou a poesia?

José Carlos Moutinho
12/9/19

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Sou

Sou viajante do tempo que me abraça
fui ventania nos momentos de outrora
sinto-me brisa nos dias que me iluminam
e serenidade neste meu voo sem tempo

sábado, 7 de setembro de 2019

Sucesso

Sucesso são efémeros instantes
de passagem da brisa pela vida,
há momentos mais importantes
a que não se dá atenção devida

Serão breves as luzes da ribalta
que depois da glória se apagam,
se exacerbada, a vaidade exalta
superioridade amorfa que exalam

José Carlos Moutinho
7/9/19

Asas do meu tempo

Eu, passageiro nas asas do meu tempo
sem me preocupar com as marés bravias,
espero ainda conseguir algum momento
que consiga vestir-me de líricas poesias

Desejo de alma solta e descomprometida
criar com minhas palavras alguma fantasia
que me faça acreditar, que, antes da partida
eu tenha tido alguma relevância em poesia

Não me pensem ave de asas cortadas
longínquos céus são o limite do meu sentir,
se as estrelas tiverem as portas fechadas
baterei a outras, mas jamais irei desistir

José Carlos Moutinho
7/9/19

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Os teus medos

Solta os medos que te inibem
e te amarram ao desassossego
e grita com garra a liberdade que anseias,
abre o teu peito e deixa-te invadir de sol,
que teus abraços permaneçam abertos
e receptivos aos afectos que te rodeiam
e tu tens ignorado...

e se as tardes se acinzentarem
sorri-lhes e verás
como se modificarão generosamente,
só para ti...

e quando o dia na sua despedida
abraçar a noite que chega,
pede-lhe que volte no dia seguinte
trazendo a alvorada iluminada
de sonhos teus...

e que jamais as amarras
prendam os teus sentimentos
enchendo-te a alma
de irritante inquietude

José Carlos Moutinho
3/9/19

Ó mar, quanto do teu sal...

domingo, 1 de setembro de 2019

As palavras

...
Fossem as palavras pétalas de brisa
e eu perfumar-me-ia de poesia,
inventaria um poema de forma narcisa
e oferecia-o ao mundo em gotas de maresia...
então, enquanto o meu desejo se alisa
deixo-me levar pelo desejo de que, um dia,
consiga inventar de uma forma precisa
o tal poema, pintado com as cores da harmonia

José Carlos Moutinho
1/9/19

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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