quinta-feira, 7 de maio de 2020

cristais de maresia

Meus pensamentos
são cristais de maresia
que flutuam, aconchegados,
nas asas da brisa,
mas quando se inquietam
tornam-se vendavais, todavia,
passageiros,
que rapidamente se abrigam
em qualquer porto da serenidade

7/5/2020

Zanguei-me com o poema

Zanguei-me com o poema 
marcara encontro com ele 
mas porque me faltou tema 
fiquei na minha, ele na dele

Sei que mais tarde ou cedo 
virá ele falar comigo, discreto 
ele sabe que não tenho medo 
e o que faço é que está certo

Sempre chegámos a consenso 
desde há tantos e tantos anos 
eu do poema nunca dispenso 
sua presença, são meus planos

José Carlos Moutinho 
7/5/2020

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Booktrailler de "A FORÇA DE AMAR"


Romance "A FORÇA DE AMAR"
onde a paixão e o amor se confundem, tornando a ficção uma realidade.
Envio a quem me pedir, ofereço os portes de correio.


Sou como o vento

Sou o que sou

Fui canoa no Tejo
jangada no Quanza,
fui aventureiro em florestas
e pensador na solidão,
fui o sonho que nunca sonhei
e escritor nascido da ousadia,
fui a inquietude da juventude
e a timidez nas emoções,
fui arrojado nas caminhadas
que me levaram vencedor às metas!

Sou o que sou e nada sou,
sou a frontalidade da acção
na honestidade exigida,
sou simplesmente passageiro
nesta viagem de tempo limitado 
na carruagem do meu tempo...

José Carlos Moutinho
6/5/2020

terça-feira, 5 de maio de 2020

Não me grites

Por favor não me grites
acalma esse teu mau feitio
peço que não te estiques
olha que podes cair no rio

Quando estiveres serena
conversaremos como amigos
podemos ter conversa amena
e assim evitamos sarilhos

Mas se por acaso teimares
só me resta mandar-te passear
se mesmo assim não te calares
mando-te de uma vez pro mar

José Carlos Moutinho
5/5/2020

Tempo louco

Pela calada do tempo
os anos correm,rapidamente
os meses giram contra o vento
as horas não são como antigamente

Tudo corre como a velocidade da luz
que saudades do outro tempo
se nos atrasamos, catrapuz
meu Deus que tormento

José Carlos Moutinho
5/5/2020

RESTA ME UM SONHO

Língua Portuguesa

Escreveu o poeta um certo dia
a minha língua é minha Pátria,
embora seja verso de poesia
na essência há paixão Mátria

A minha língua é meu caminho
leva-me bem longe pelo mundo
com ela jamais estarei sozinho
entre nós existe amor profundo

José Carlos Moutinho
5/5/2020

Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85 
dos direitos de autor

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Fragilidades



Fragilidades


O tempo é de fragilidades, 
tais folhas secas desvalidas, 
somos, por vezes, levados 
pela insanidade do momento 
ao encontro da instabilidade,
mas...logo o discernimento 

se revolta e impõe a regularidade 
da caminhada, 
que se faz caminhando, 
sem retrocesso, 
porque vida é a improbabilidade 
do retorno,

sigamos em frente, confiantes, 
pois diariamente temos mutações 
que o tempo, que é nosso, nos oferece 
a cada dia de sol ou luar, 
porque é assim que se faz o viver 
na serenidade de poder olhar o mar 

José Carlos Moutinho 
4/5/2020



domingo, 3 de maio de 2020

ATÉ SEMPRE, MÃE

Até sempre, MÃE


Alguns anos se passaram 
desde que partiste, mãe querida, 

ficou em mim esta saudade 
que me faz viver na tua lembrança 
chorando a escusa dos beijos que não te dei 
e dos abraços 
que eu não tinha tempo para receber 
quando querias dar-mos… 

agora minha doce mãe, 
peço-te desculpa das minhas ausências 
porque sei que sempre me perdoaste 
mesmo quando evitava 
ouvir os teus queixumes!

Mas tu, mãe querida, 
sempre, mas sempre, estiveste no meu coração 
e eu sentia em mim a tua protecção invisível 
em todos os movimentos da minha vida!

Os anos têm acumulado na minha alma 
esta doce saudade, 
do teu sorriso, do teu carinho, 
do pão que recusavas à tua boca 
para me dares, 
quando, num certo tempo, 
as dificuldades eram mais que muitas, 
triste sorte de quem nascera neste pobre país!

Agora aqui, nesta distância das memórias, 
escrevo-te estas singelas palavras, 
imbuídas de profundo amor 
e recordo o doloroso momento 
da tua partida, aliás, serena, 
e do teu rosto lindo, sorridente, 
numa despedida feliz… 
sim, creio que partiste feliz 
nas asas de um passarinho de amor!

Até um dia, minha "eterna" velhota, 
aceita o meu abraço de ternura 
e um beijo doce, 
como se eu ainda estivesse no teu ventre, 

não ligues às lágrimas que deslizam 
neste momento pelo meu rosto, 
são de paixão e profundo amor, 
minha querida e doce MÃE.

José Carlos Moutinho 
3/5/2020



Saudades, mãe querida



Mãe, minha querida...a saudade é imensa, não faltará, quiçá, muito tempo
para voltarmos a estar juntos. novamente

sábado, 2 de maio de 2020

COISAS DE OUTRORA

Ainda que...

Ainda que se alonguem os dias 
num tempo de esmorecimento
há que afastar as coisas arredias
para que haja menos sofrimento

Tudo acontece nesta nossa vida
que, tal como numa longa estrada
percorremos de forma aguerrida
com alegria e resiliência abnegada

José Carlos Moutinho
2/5/2020

quinta-feira, 30 de abril de 2020

MINHA AMADA a POESIA

Esperem um pouco mais

Esperem que os caminhos se iluminem 
e que as rosas despontem, 

olhai o céu que está mais azul 
o ar está mais respirável, 

e porque não há males 
que sempre durem, 
o “bem” logo surgirá, 
repara serenamente 
no verde que tomou o seu posto 
nesta Primavera desalentada,

sente na tua emoção confinada 
a garantia da continuidade 
como uma dádiva da vida,

os tempos estão em mutação, 
aliás, pensa, que sempre estiveram, 
num círculo que nos controla 
porque outros, quiçá, 
controlam esse círculo,

tudo é passageiro 
nesta viagem de encantos e desencantos, 
somos simples viajantes 
sem hipóteses de escolha, 
nesta conturbada viagem 
em movimento.

José Carlos Moutinho 
30/4/2020

terça-feira, 28 de abril de 2020

Gosto

Gosto das palavras, sinceramente,

por vezes, desentendo-me com elas
porque me acham incompetente
para resolver as nossas querelas

Mesmo assim sou apaixonado
gosto de inventar com elas, versos,
é quando ficam, então do meu lado
mesmo nos poemas dispersos

José Carlos Moutinho
28/4/2020

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Será...

Agarro as alegrias do passado
junto-as num abraço de poesia
canto-as neste meu fado calado
para alguém as ouvir algum dia

Será saudade, talvez nostalgia
este sentir que nunca me larga
do meu viver feliz em harmonia
e repeti-lo num futuro que tarda

José Carlos Moutinho
23/4/2020

sábado, 18 de abril de 2020

Voz do vento



Cale-se o tempo,
quero ouvir a voz do vento
a murmurar-me suas aventuras
e devaneios, do seu eterno voar,

façam silêncio, por favor,
o vento sussurra-me delicadamente
com a urgência da sua passagem,
e nada me dirá
se outras vozes, ouvir
além da sua…

neste vosso e nosso calar
está a virtude de saber escutar,
ainda que, fugazmente, 
pela vertigem do vento,

silêncio deseja-se, 
cale-se o tempo
ouça-se o vento!

José Carlos Moutinho
18/4/2020



sexta-feira, 17 de abril de 2020

MENTE VIAJANTE

Queria e quero

Queria ser o ontem
no chilreio dos pássaros,
ser água cristalina do rio ausente,
ser o sol do verão passado,
não quero esta Primavera descolorida
de alma acinzentada,
quero 2019, com todas as mágoas
e esquecer rapidamente 2020,
anseio delirantemente um inocente 2021

José Carlos Moutinho
17/4/2020

A FORÇA DE AMAR

Seguro a lembrança

Tento segurar a lembrança de outro tempo
que se esvai, esguia, pelo meu pensamento,
sinto as rugas desvalidas de certa saudade
daquele outro tempo, pintado de bulício...

olho o presente e vejo triste, a melancolia,
por vezes, solta-se uma nuvem de nostalgia
que, de imediato, se esconde no silêncio da rua,

e este tempo pastoso, inerte, cala a razão
da liberdade, anula os anseios de abraços
e torna numa miragem os oásis de beijos
onde as areias quentes do desconforto
silenciam os sentimentos das ausências

talvez, tão de repente como de repente surgiu
este tempo volte, caloroso em afectos, 
venha colorido de humildade e solidariedade,
para que tudo o que está a acontecer
tenha alguma razão para este tormento
quase tão surreal, como apocalíptico

José Carlos Moutinho
17/4/2020

quinta-feira, 16 de abril de 2020

cinzento

...
deixa que o céu se tinja
de cinzento como o tempo
ainda que eu pense e finja
que não me assusta o vento

talvez azul amanhã esteja
que do céu nos possa sorrir
sentir o prazer de quem beija
nesta louca vontade de sair

José Carlos Moutinho
16/4/2020

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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