domingo, 3 de maio de 2020

Até sempre, MÃE


Alguns anos se passaram 
desde que partiste, mãe querida, 

ficou em mim esta saudade 
que me faz viver na tua lembrança 
chorando a escusa dos beijos que não te dei 
e dos abraços 
que eu não tinha tempo para receber 
quando querias dar-mos… 

agora minha doce mãe, 
peço-te desculpa das minhas ausências 
porque sei que sempre me perdoaste 
mesmo quando evitava 
ouvir os teus queixumes!

Mas tu, mãe querida, 
sempre, mas sempre, estiveste no meu coração 
e eu sentia em mim a tua protecção invisível 
em todos os movimentos da minha vida!

Os anos têm acumulado na minha alma 
esta doce saudade, 
do teu sorriso, do teu carinho, 
do pão que recusavas à tua boca 
para me dares, 
quando, num certo tempo, 
as dificuldades eram mais que muitas, 
triste sorte de quem nascera neste pobre país!

Agora aqui, nesta distância das memórias, 
escrevo-te estas singelas palavras, 
imbuídas de profundo amor 
e recordo o doloroso momento 
da tua partida, aliás, serena, 
e do teu rosto lindo, sorridente, 
numa despedida feliz… 
sim, creio que partiste feliz 
nas asas de um passarinho de amor!

Até um dia, minha "eterna" velhota, 
aceita o meu abraço de ternura 
e um beijo doce, 
como se eu ainda estivesse no teu ventre, 

não ligues às lágrimas que deslizam 
neste momento pelo meu rosto, 
são de paixão e profundo amor, 
minha querida e doce MÃE.

José Carlos Moutinho 
3/5/2020



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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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