quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Luanda Minha

Luanda Minha


Luanda que me viu chegar,
Num dia de sol, finais anos 50.
Luanda, que me viu crescer...
E me fez homem!


Luanda, de outrora,
Que eu conheci, vivi...
Que me ensinou a amar.
E mostrou-me as belezas africanas,
Nas suas entranhas.
De um povo...
De seus costumes
De sua bondade...
Flora...fauna.


Luanda do cajueiro
No inicio do beco, que circundava
Por entre cubatas de barro e colmo,
Pobres, muito pobres...
Insalubres,
De gente rica,muito rica...
Em alegria.


Luanda dizia que as macas dos musseques,
Marçal, Rangel e outros,
Eram arrufos de namorados.


Ai, as rebitas, as farras,
Ao luar, que incendiávamos,
Para serem mais iluminadas, as noites.


Bairro Operário,
Jovens despertavam para a puberdade...
Tinham que ser homens!


Saudades das quitandeiras,
Dos seus pregões,
Correndo pelas ruas,


Sorrindo...
De sofrimento.
Vida dura...


Povo obstinado.


Imbondeiros, com suas múcuas,
Tais candelabros.


Luanda de chão vermelho
De chuvas repentinas, de verão.
Torrenciais, abruptas...


Num golpe de magia,o arco-íris,
Sol deslumbrante...
Calmaria da natureza.


Vila Alice recebia-me no maximbombo.
O despertar dos primeiros amores...
Luanda assistiu...
Cantando...
Sorrindo...
Abençoando.
Muxima de Luanda,
Era a minha Luanda, querida


Saudades...de outrora.


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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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