Hoje acordei com um certa ideia,
Imaginei-me um poeta a escrever;
Fui ao jardim e das rosas brancas,
Retirei as pétalas, e fiz o papel;
Para que surgissem as palavras,
Retirei das amoras a seiva, eis a tinta;
Como eu queria algo colorido,
Do arco-íris, retirei as belas cores;
Comecei a escrever, usando como pena
Um ramo, que extraí de uma bela acácia vermelha.
Com tudo pronto,
Vejo-me então no papel de poeta;
Tenho tudo, nada falta…
Mas havia-me esquecido de uma coisa:
A inspiração e agora,
O que faço e o que digo às pessoas
Que de mim esperam poesia?
Tento rebuscar na minha insignificância
Alguma ideia…e nada!
Recorro ao sol, peço-lhe que os seus raios belos
E luminosos, me inspirem.
Nada!
Chega a noite e a minha esperança renasceu.
Certamente a lua me inspiraria pois, não dizem os poetas,
Que o luar é base do romantismo e da poesia?
Mas eu continuava sem ideias.
Tentei arriscar, falando do mar e na sua beleza,
Mas do mar nada vinha,
Só o murmúrio das suas ondas,
Que me embalavam no pensamento,
De que afinal não sou poeta.
Não sabia dizer as palavras belas e sentidas
Para a pessoa amada.
Não conseguia enaltecer a beleza de uma mulher.
Nem tampouco descrevia que as flores,
São maravilhosas e que o seu perfume me inebriava.
Fiquei frustrado, afinal com tão belo sol
Encantadora lua,
As estrelas que cintilavam fulgurantes
E mesmo navegando nas águas do mar,
Nada me inspirava.
Desisti de ser poeta!
José Carlos Moutinho
Amigo José Carlos, isso é insegurança...contudo, mesmo com ela e sem o mar, sem a lua, sem tudo o mais...fizeste em belíssimo poema.
ResponderEliminarA poesia não se força...sai quando tem de sair dentro da nossa alma.
Gostei. Abraço amigo e...mais confiança em ti...rs