terça-feira, 1 de março de 2011

Nada



Atravesso a porta do inimaginável
Encontro o nada.
Escuto o silêncio,
Envolvo-me no vazio
De indefinida cor, irreal e frio.
Acordo os meus sentidos,
Tento captar a brisa,
Recebo o nada.
Sôfrego, aspiro o ar,
Na busca de aromas
Sinto o nada.
Estendo as mãos, agarro o nada,
Abro as mãos, cheias de nada.
O nada incomoda por ser nada,
Não se sentir, nem cheirar, nem se ver.
Grito, esperando o retorno da voz
E chega-me o nada.
Olho o infinito e só vislumbro o nada.
Nada é desespero,
Que perturba por nada.
NADA!

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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