Frequentemente, começo a escrever
E penso fazer um poema transcendental,
Tenho em mim a ideia a amadurecer,
Mas quando me inicio algo corre mal.
A beleza das palavras, em memória,
Esfuma-se nas asas do esquecimento,
A inspiração, teima na mesma trajectória,
Sem a alegria e a emoção do sentimento.
Invento, troco palavras e metáforas,
Num desespero em criar o belo,
O que me ocorre são palavras ásperas,
Que me fazem arrancar fios de cabelo.
Por vezes tudo sai lindo, como o luar,
Outras, até a estrelas deixam de brilhar,
Tenho a força de Hércules para lutar,
Por isso, insistirei no desejo de criar.
Gosto de metaforizar utopicamente,
Usar termos de paixão e encantamento,
Quando não acontece, torno-me demente
E levo-me nas águas frias do desalento.
José Carlos Moutinho
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