quarta-feira, 2 de maio de 2012

Recordar Angola




Quando ouço dizer poemas e cantares de Angola,
A minha alma entristece-se na saudade que a magoa,
No recordar dos sons que brotavam da terra,
Como mágicas sinfonias, nos batuques da vida
E nos gemidos que o coração sentia,
No dedilhar do som chorado do kissange!
Apertou-se-me o coração no querer rever,
Aqueles chãos vermelhos,
De um vermelho de sangue,
Das lutas travadas inglórias e injustas,
Por gente com ambições desmedidas,
Que aniquilaram povos,
Cuja culpa era estarem vivos!

E nestas recordações que me choram a alma,
Revivo as belezas de Angola,
Pelas picadas do meu encanto,
Extasiado pelos cheiros fortes
Dos frutos tropicais de garridas cores,
Que me saciavam a sede
E no deslumbramento
Das florestas virgens, da minha alegria,
Pela exuberante e fantástica fauna,
Que me encantava na sua liberdade
E das praias de águas quentes,
De areias onde nos apaixonávamos.

José Carlos Moutinho

1 comentário:

  1. É muito bom te ler, muito mesmo. Eu sabia que existia poetas escondidos por aí, mas não pensei que fossem tantos. Parabéns, você tem muita intimidade com as palavras e isso me impressiona bastante.
    Agradeço também, sua visitas no "Só para dizer..." E venho lhe dizer, elas são de extrema importância pra mim. Obrigada!


    Ótima quinta, abraço.

    Tati.

    Att.

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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