No silêncio que me murmura
utopias
Deixo-me envolver pelos
braços da solidão
E na quietude do meu sentir
Levo-me em transe nas asas
do pensamento
Por entre as altas copas das
árvores,
Sorrindo às aves que me
chilreiam
Num festim de sons e cores…
Respiro fragrâncias
inventadas,
Viajo arrebatado sobre
verdes vales,
Cruzo rios de águas mansas,
Descanso nas margens
coloridas…
Retomo minha viagem, chego
ao mar
Onde absorvo a maresia das
minhas ilusões
E navego…
Talvez sem destino
Ou até onde o mar se faz céu,
Deixo-me inundar pelos
reflexos do sol
E perco-me em delírio nos sonhos
desejados…
Quero manter-me nesta doce
irracionalidade
Até que a minha consciência
racional
Me desperte desta fascinante
letargia.
José Carlos Moutinho
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