Voavam livremente, soltos
como pétalas de sorrisos
os murmúrios que a brisa
carregava nas asas do tempo…
Inquietava-se o sol
escaldante
pelos cintilantes reflexos
que se desprendiam do dorso
do mar
e esvoaçavam pelo céu
indo abraçar-se às
falésias
que as horas silenciavam…
Entardecia rapidamente
no desassombro do horizonte,
que, de braços abertos,
escondia o sol
e sorrindo ao matizado da
mudança,
beijava o cinzento que se
fazia noite…
O milagre repetia-se…
Da luz fazia-se escuridão
e esta, quase envergonhada
dava a vez a uma luz ténue
azulada…
Nascia o luar de
encantamentos
de feitiços e de mistérios
de amores e de paixões
de imaginações e quimeras…
José Carlos Moutinho
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