quinta-feira, 6 de julho de 2017

As palavras, essas maravilhas




Depois de muito ter pensado
sobre o zangar-me com as palavras,
decidi que dou o dito por não dito,
por mais que eu tentasse fiquei aflito,
pensando na minha dor se ficasse calado,
as palavras são sementes das minhas lavras

Ao poeta, escritor ou ao simples escrevinhador,
é dada a faculdade de usar as palavras como quiser,
interessante e importante é sentirmos quem nos lê,
as palavras contêm uma realidade a quem nos vê
que nem sempre tem a verdade da roseira em flor,
nem tudo que brilha é ouro, nem chuva sem chover

Gosto de brincar com as palavras que são minha vida,
invento dores e tristezas, tendo meu coração a sorrir
tantas vezes uso as palavras para contar do amor
quando elas escondem  na alma um mundo de dor,
com letras pintamos razão ou não, da palavra despida
imaginemos tudo, porém, a palavra jamais sabe mentir

E porque amo todas as palavras com que me invento,
escrevo este poema, que envio no bico do beija-flor,
navego nas nuvens, soprado pelos sorrisos do vento,
abraço o entardecer inspirador, pinto a lua de outra cor,
feliz, canto a vida com a alegria com que me alimento

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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