Depois de
muito ter pensado
sobre o
zangar-me com as palavras,
decidi que dou
o dito por não dito,
por mais que
eu tentasse fiquei aflito,
pensando na
minha dor se ficasse calado,
as palavras
são sementes das minhas lavras
Ao poeta,
escritor ou ao simples escrevinhador,
é dada a
faculdade de usar as palavras como quiser,
interessante e
importante é sentirmos quem nos lê,
as palavras contêm
uma realidade a quem nos vê
que nem sempre
tem a verdade da roseira em flor,
nem tudo que
brilha é ouro, nem chuva sem chover
Gosto de
brincar com as palavras que são minha vida,
invento dores
e tristezas, tendo meu coração a sorrir
tantas vezes
uso as palavras para contar do amor
quando elas
escondem na alma um mundo de dor,
com letras pintamos
razão ou não, da palavra despida
imaginemos
tudo, porém, a palavra jamais sabe mentir
E porque amo todas as
palavras com que me invento,
escrevo este poema, que
envio no bico do beija-flor,
navego nas nuvens, soprado
pelos sorrisos do vento,
abraço o entardecer
inspirador, pinto a lua de outra cor,
feliz, canto a vida com a alegria
com que me alimento
José Carlos
Moutinho
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