Despi as palavras
quis vê-las nuas perante os leitores,
e, se alguém houver que se escandalize com sua nudez,
que as vista,
para que eventualmente percam o pudor
se alguma vez o tiveram,
o que sinceramente não creio,
pois as palavras na sua singeleza
são puras e ingénuas...
A haver maldade e falso pudor
encontrar-se-ão somente na mente
de quem as assim as vê,
e que, talvez, sei lá, ache que com a sua repulsa
purifique o próprio pensamento deformado!
E as palavras à minha revelia,
foram vestidas, umas, ridicularizadas outras,
o verbo deixou de existir,
feneceu o sentido do poema.
José Carlos Moutinho
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