segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Aquele meu Sol

Segurei nas minhas mãos
o sol que me acalentava,
queria guardá-lo para o soltar
nos dias cinzentos,
ou até, para amenizar o escurecer
das tardes cansadas,


agarrei-o com carinho, sem o apertar
com receio de que desmaiasse,
levei-o comigo para o cantinho dos sonhos,
onde pensava colocá-lo numa redoma de cristal,


chegado ao cantinho das quimeras,
delicadamente, depositei-o no vaso transparente,
porém, involuntariamente,
ao recuar, tropecei na cadeira das ilusões,
escorreguei, com a redoma ao alto,
tentando evitar que se quebrasse
se batesse no chão,


esforço infrutífero,
pois, a redoma saltou-se-me das mãos,
e no pavimento frio da esperança,
fez-se em mil pedaços,
por onde o sol se esgueirou,
nunca mais vi aquele sol,
que eu tanto acarinhara
e que desejava tê-lo sempre ao meu lado


José Carlos Moutinho
4/11/19

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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