quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Se brisa eu fosse



Quisera eu ser nuvem
para te viajar
e pelo teu corpo tropical
me inebriar…

O longe que nos distancia
faz-me sonhar a quimera
de que percorro os eternos
caminhos vermelhos,
da minha saudade,
que me permite
contemplar, ao longo dos braços,
de suas margens,
musseques (sanzalas), imbondeiros,
mulembas e acácias…

Ah…quisera eu, ser Brisa
para, carinhosamente, te abraçar,
Sol que te incendiasse a vontade
de tornares a ter-me em ti,
pelo menos, uma vez mais, 
e Lua, para te iluminar
com os meus beijos enluarados…

Ah…fosse eu senhor
do meu pensamento
que me desse asas para sobrevoar-te…
e, abraçado ao calor da tua terra,
voltasse aos lugares que me fascinaram,
rever, Pungo Andongo,
quedas de kalandula, rio Lucala,
o caudaloso rio Kwanza,
o deserto e as dunas do Namibe,
a rara welwitschia mirabilis,
Bié, Huambo, Lubango,
a tundavala…

Ah…pudesse eu voltar atrás
no tempo do meu querer,
mergulhar nas águas da praia de S.Jorge
e na ponta da ilha, pescar
e…
sei lá que mais…

esta saudade que me aperta o peito,
confunde-me a memória
e provoca-me uma profunda melancolia
e inquieta nostalgia na minha alma.

José Carlos Moutinho
8/12/19

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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